Pesquisadores da Universidade de Tsinghua, na China, deram o primeiro passo para reduzir o incômodo causado por doenças gástricas e os métodos invasivos de tratamento da atualidade: eles desenvolveram um novo tratamento para feridas gástricas usando um microrrobô, combinado com o novo conceito de “bioimpressão in situ in vivo” para realizar o reparo de tecidos dentro do corpo.
O estudo, publicado na revista Biofabrication, estabelece a prova de conceito para este novo método no campo da bioimpressão, que consiste em consertar as feridas entregando novas células para o local.
“Lesão da parede gástrica é um problema comum no trato digestivo e cerca de 12% da população mundial sofre com isso em vários graus”, disse o professor Tao Xu, pesquisador chinês e coautor do estudo. “Bioimpressão – entrega de novas células diretamente para o local da ferida para reparar o tecido – oferece uma maneira potencialmente muito útil de tratar o problema”.
“A dificuldade é que a tecnologia de bioimpressão atual se concentra em lugares externos. Bioimpressoras são normalmente muito grandes e não podem ser aplicados ao reparo de tecidos internos sem cirurgia invasiva para dar espaço suficiente para a operação de impressão”, continuou o professor. “Para superar isso, desenvolvemos um microrrobô que entra no corpo por meio de um endoscópio para realizar a reparação de tecidos dentro do corpo”.
A plataforma de bioimpressão desenvolvida pelo professor Xu e pelo doutorando Wenxiang Zhao, também da Universidade de Tsinghua, é um robô Delta composto de uma base fixa, plataforma móvel e três cadeias cinemáticas idênticas. Para ser o menos invasivo possível, ele dobra-se ao entrar no corpo do paciente e se desdobra antes de começar a operação de bioimpressão.
Objetivo é criar um método menos invasivo para reparar lesões gástricas. Imagem: Reprodução
“Testamos o sistema de duas maneiras. Primeiro, com um modelo biológico de estômago humano e um endoscópio, para imitar os elementos de inserção e operação de impressão do processo”, explicou Zhao. “Depois, fizemos um teste de bioimpressão em uma cultura de células para testar a eficácia do dispositivo no impressão de células viáveis e no reparo de feridas”.
“Ambos os testes mostraram resultados promissores. Uma cultura de células de 10 dias mostrou que as células impressas permaneceram em alta viabilidade e com uma proliferação estável, o que indicou uma boa função biológica das células em estruturas de tecido impressas”.
Embora seja uma primeira etapa, o estudo “verificou a viabilidade deste conceito para o tratamento de lesões da parede gástrica”, segundo o professor Xu. Ainda há um longo caminho a percorrer, com a redução do tamanho da plataforma de bioimpressão sendo o principal objetivo. “Nossos estudos futuros se concentrarão nessas áreas”, concluiu Xu.
Via: Medical Xpress