México encontra 2 mil ruínas próximas a projeto de trem polêmico

Descoberta foi feita usando tecnologia de mapeamento LiDAR ao longo de 366 quilômetros; comunidades maias protestam devido a questões ambientais e por não se beneficiarem com a obra
Redação16/10/2020 12h04, atualizada em 16/10/2020 12h32

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O México afirmou na quarta-feira (14) que encontrou mais de 2 mil ruínas ou aglomerados de artefatos ao longo da rota projetada para o polêmico “Trem Maia”, na península de Yucatán. Isso foi possível com o uso da tecnologia de mapeamento LiDAR, que envolve o disparo de um laser pulsado no solo. Com isso, é possível obter uma imagem detalhada de alta resolução da superfície, mesmo através de vegetação densa.

Os dados coletados mostraram 2.187 “monumentos arqueológicos” ao longo de 366 quilômetros da rota proposta. Isso representa um quarto do trajeto total planejado. Alguns desses locais já eram conhecidos, mas outros foram descobertos agora.

ReproduçãoMéxico encontra monumentos arqueológicos da época maia em trajeto de projeto de trem polêmico. Foto: CarloDG/Shutterstock

O termo “monumentos”, como foi divulgado, pode significar muitas coisas. Desde restos de cidades maia, como pedras esculpidas e plataformas de templos. Segundo o Instituto Nacional de Antropologia e História do México, pelo menos 91 eram estruturas de grande escala, como praças, pirâmides ou restos de templos. Em comunicado, o instituto destacou que os construtores do trem teriam que tomar “medidas específicas” para evitar danificar as estruturas.

Projeto do Trem Maya

Em julho, o presidente Andrés Manuel López Obrador inaugurou a construção do “Trem Maya”, que percorreria cerca de 1.500 quilômetros ao redor de Yucatan. O objetivo é conectar resorts de praias do Caribe ao interior da península para estimular o desenvolvimento econômico da região, que atravessa grande parte da população indígena. O governo diz que o projeto custará até US$ 6,8 bilhões, mas opositores afirmam que será mais caro.

Alguns trechos da rota já possui trilhos e, segundo os críticos, o presidente determinou o projeto sem que um estudo ambiental fosse realizado. Algumas comunidades maias entraram com ações judiciais. Além das questões sobre meio ambiente, eles afirmam que não foram consultados e não terão benefícios com a obra.

Via: AP News

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital