Recentemente, o Mercado Livre foi citado como um dos possíveis interessados em participar do processo de privatização dos Correios, o que garantiria à empresa ainda mais atuação em território nacional.
Agora, no entanto, temos a confirmação. Em entrevista à IstoÉ Dinheiro, o presidente do Mercado Livre na América Latina, Stelleo Tolda, afirmou: “Queremos, sim, estar na mesa de negociações na privatização dos Correios quando as regras estiverem definidas”.
Apesar disso, o representante da companhia comenta que não vai liderar nenhum consórcio, mas que o “volume é uma garantia de que vamos continuar trabalhando com os Correios, algo que vai interessar a qualquer comprador possível”.
Em 2019, segundo Tolda, as entregas da plataforma que utilizavam os serviços da estatal giravam em torno de 20% do total de produtos vendidos. No entanto, segundo ele, isso ainda fazia com que o site de vendas fosse o principal cliente dos Correios.
Mercado Livre mostrou interesse em adquirir os Correios. Foto: Michael Nivelet/Shutterstock
Por esse motivo, a relação entre ambos é algo interessante que deve ser mantido. Para isso, Leandro Bassoi, vice-presidente do Mercado Envios, disse ao Valor que está “na mesa conversando com as partes interessadas. Sendo o maior cliente dos Correios, acredito que é importante que a gente tenha um bom diálogo com o comprador”.
De acordo com Fábio Faria, ministro das Comunicações, além do Mercado Livre, a Amazon, Magazine Luiza e FedEx também demonstraram interesse em participar da privatização.
Dependência de serviço
Mesmo com o interesse de continuar usando os serviços dos Correios, a plataforma de vendas começou a diminuir sua dependência nos últimos anos. Com a implementação do Mercado Envios, o site passou a oferecer entregas rápidas que partem diretamente de alguns armazéns da empresa espalhados pelo Brasil.
Para a Black Friday, inclusive, a companhia promete entregar as compras dos usuários em até dois dias. E os planos da empresa não param por aí, há a promessa de cinco novos centros logísticos em 2021.
À Reuters, o presidente-executivo do Mercado Livre, Marcos Galperin, afirmou que a abertura de novos galpões ajudará a ampliar o volume de entregas com prazo de até dois dias no Brasil. Vale lembrar que a empresa anunciou recentemente que também passará a contar com uma frota própria de quatro aviões para agilizar as remessas.
Via: IstoÉ Dinheiro