Mercado de IPTV pirata movimenta US$ 1 bilhão nos EUA, diz relatório

Estudo realizado por companhia de proteção de conteúdo estima que fornecedores de retransmissão de IPTV piratas têm faturamento acima de US$ 1,3 milhão por ano
Redação07/08/2020 18h01, atualizada em 07/08/2020 18h08

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Um novo relatório da companhia de proteção de conteúdo NAGRA aponta que o mercado de serviços de IPTV piratas gera cerca de US$1 bilhão (R$ 5,35 bilhões) nos Estados Unidos. O documento detalha a cadeia de transmissões ilegais no país e estima o faturamento de fornecedores e revendedores da indústria.

Como ressalta o Torrentfreak, vale notar que o relatório é de coautoria da Digital Citizens Alliance, um grupo formado em Hollywood famoso por produzir estudos severos contra a pirataria. Segundo o relatório, o cálculo remete somente à receita gerada a partir de assinaturas dos canais de IPTV pirata e exclui os custos associados com a compra de hardwares para a reprodução das transmissões.

A NAGRA indica que o valor médio de uma assinatura custa entre US$ 10 e US$ 15 mensais, com taxa mínima estimada de US$ 2 e taxa máxima de US$ 25 mensais. Para os cálculos a organização considerou a quantia de US$ 120 anuais. Segundo o relatório, cerca de 9 milhões de lares nos Estados Unidos têm uma assinatura pirata de IPTV e 30 milhões de indivíduos consomem conteúdos dessas plataformas.

A cadeia de distribuição acontece por meio de revendedores. Eles anunciam a oferta de canais de IPTV piratas por meio de redes sociais, levando usuários para websites em que os podem fazer o download de um aplicativo, comprar um dispositivo com o app pré-instalado ou receber instruções de acesso ao conteúdo roubado.

Os revendedores adquirem créditos para vender um certo número de assinaturas a partir fornecedores ‘atacadistas’. Nessa dinâmica, os revendedores se apropriam da infraestrutura técnica do fornecedor o para oferecer serviço aos assinantes de seus canais. “O varejista gasta pouco em custos iniciais e pode adquirir créditos adicionais do atacadista sempre que sua base de clientes se expandir.”, diz o relatório.

Em alguns casos a operação do fornecedor é totalmente integrada. De acordo com a NAGRA, muitas vezes o fornecedor desenvolve sua própria tecnologia para captar fontes de conteúdo da internet e armazenar vídeos e programas de televisão em um servidor próprio.

O acesso a esse conteúdo é negociado com os revendedores, que por sua vez, oferecem plataformas de vídeo sob demanda aos consumidores. Na maioria dos casos, porém, o fornecedor terceiriza uma ou mais etapas, aponta o relatório. O documento destaca ainda que fornecedores não têm acesso direto a todos os canais que providenciam aos usuários. Por isso, é comum a negociação de ‘direitos’ de retransmissão entre eles, para oferecer pacotes mais completos aos revendedores.

Faturamento

A NAGRA aponta que somente nos Estados Unidos existem pelo menos 3,5 mil sites e páginas de redes sociais que oferecem serviços piratas de IPTV a consumidores. A organização estima que um revendedor expressivo no mercado distribui conteúdo para cerca de 100 mil assinantes.

O estudo, porém, analisou o caso de um revendedor médio, com aproximadamente 5 mil assinaturas de valor igual a US$ 10 mensais. A NAGRA avaliou a receita bruta e deduziu custos estimados de mão de obra – como despesas com 10 dias de trabalho de um profissional de desenvolvimento web. Os resultados indicam o faturamento de US$ 335 mil anuais, próximo de US$ 27 mil por mês.

No caso dos fornecedores, o lucro estimado é ainda maior. Segundo o relatório, os principais fornecedores da indústria providenciam conteúdo para mais de um milhão de usuários nos Estados Unidos. Os cálculos, no entanto, consideram um atacadista médio que negocia 30 mil assinaturas anuais com revendedores.

Reprodução

Em julho, a polícia italiana desmantelou um serviço de IPTV pirata no país com faturamento estimado em R$ 6 milhões por ano. Imagem: iStock/ kentoh

A NAGRA projeta que um fornecedor capaz de vender serviço de retransmissão para 10 concorrentes fatura em média US$ 144 mil anuais. Já em relação aos revendedores, o estudo estima o custo de US$ 4 por crédito – cada unidade permite que revendedores ofertem uma assinatura anual a clientes. Com isso, a média anual é de US$ 48 pagos pelo revendedor por cada retransmissão.

Levando em conta que os fornecedores médios chegam a negociar quase 30 mil pacotes, o faturamento anual corresponde a US$ 1,44 milhão – ou US$ 1,58 milhão com a soma de serviços negociados com outros fornecedores.

“Uma vez que o serviço tenha aumentado e as despesas de capital sejam amortizadas, esse fornecedor típico obterá um lucro anual superior a US$ 1.345.200, com uma margem de lucro de 85%, também provavelmente isenta de impostos”, diz o relatório.

Via: TorrentFreaks

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital