Polícia da Itália fecha serviço de IPTV com faturamento anual milionário

Foram realizadas 72 buscas em 32 províncias italianas com o objetivo de capturar todos os envolvidos no esquema
Luiz Nogueira20/07/2020 14h00, atualizada em 20/07/2020 15h25

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Autoridades do mundo todo se empenham constantemente para reprimir o fornecimento de IPTV pirata. É bastante comum que operações sejam conduzidas e coloquem fim – mesmo que não definitivamente – em serviços do tipo. A operação mais recente foi realizada na Itália.

As autoridades envolvidas na investigação indicam que eram oferecidos conteúdos protegidos por direitos autorais a um preço bem menor do que o dos respectivos serviços. Empresas como DAZN, Spotify, Sky e Mediaset foram lesadas pelos criminosos.

Originalmente, a operação foi iniciada pela Unidade de Polícia Econômica e Financeira de Veneza no início de 2019. Após meses de investigação, eis que, no fim de semana passado, a Guardia di Finanza, uma agência policial ligada ao Ministério da Economia e Finanças da Itália, executou uma ordem preventiva.

O documento emitido permitiu o bloqueio de um site que ainda não teve o nome divulgado e a apreensão de cartões pré-pagos que eram usados para coletar assinaturas e financiar a operação de fornecimento de IPTV. Os criminosos solicitavam aos clientes recargas de 10 euros (R$ 61 em conversão direta) por mês nos cartões, isso garantia que o pagamento fosse feito diretamente para os bandidos.

Descobertas da operação

Ao todo, foram realizadas 72 buscas em 32 províncias italianas. A operação visava 71 pessoas supostamente envolvidas no esquema fraudulento. Do total, 22 indivíduos foram acusados de descriptografar o sinal das operadoras de TV paga e disponibilizá-los na internet.

Outras 48 pessoas foram descritas como “revendedores” do serviço. A acusação alega que eles retransmitiam os fluxos para os clientes online. As autoridades estimam que mais de 65 mil pessoas recebiam o conteúdo ilegal depois de pagar as assinaturas por meio dos cartões.

Reprodução

Cartões pré-pago eram utilizados para receber os valores dos planos. Foto: Reprodução

Substituídos pelo menos uma vez por mês para evitar a identificação dos titulares, os cartões eram gerenciados por 11 pessoas. Estima-se que, em um ano, eram creditados nesses cartões quantias que excediam um milhão de euros (R$ 6 milhões em conversão direta) – valor que era transferido para contas na Lituânia e na Itália.

Ainda não está claro se alguma medida será tomada contra qualquer um dos clientes do serviço. No início deste ano, a polícia italiana denunciou 223 clientes de serviços piratas de IPTV às autoridades, alertando sobre a possibilidade de aplicação de multas e possíveis sentenças de prisão.

“[Estas] intervenções, realizadas em colaboração com vários departamentos da Guardia di Finanza e com a colaboração técnica da SIAE (Sociedade Italiana de Autores e Editores) e da FAPAV (Federação para a Proteção de Conteúdo Audiovisual e Multimídia), tornaram possível fechar o site, alocado em um provedor em Milão, impedindo o uso futuro”, afirmam as autoridades.

“A atividade conduzida pela Guardia di Finanza de Veneza, à qual nossos mais sinceros agradecimentos vão, é de particular importância, pois vai contra uma das principais e mais prejudiciais formas de pirataria audiovisual, ou seja, o IPTV ilegal”, disse Federico Bagnoli Rossi, secretário-geral da FAPAV.

Ainda segundo ele, “as IPTVs ilegais, em particular, representam uma das formas de uso ilícito que mais cresce: sua incidência no final de 2019 é de 10%, cerca de um quarto do número total de pirataria”. Por conta disso, as ações para mitigar esquemas parecidos têm se tornado cada vez mais frequentes.

Via: Torrent Freak

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital