Médico pede que pessoas não procurem sintomas no Google quando doentes

Prática pode levar a diagnóstico errado ou causar ansiedade que acaba deixando o paciente 'paralisado', com medo de procurar ajuda profissional
Rafael Rigues31/10/2019 14h05

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Sabemos que a vida moderna é corrida, e nem sempre temos tempo para nos cuidar da forma correta. Portanto, em muitos casos a primeira reação a um mal-estar é procurar pelos sintomas no Google em busca de uma ‘solução rápida’, Isto é algo que você não deve fazer, diz o Dr. Daniel Atkinson, diretor clinico do site Treated.com.

Segundo ele, o acesso rápido à internet e à informação pode levar a uma condição que batizou de “cybercondria”: “ela pode criar uma “armadilha psicológica” que deixa a pessoa presa entre dois conceitos opostos.

Um é que o sintoma é sinal de uma doença tão séria que a pessoa tem medo de pedir ajuda em um médico, porque assume o pior. O outro é que o medo é um exagero, o sintoma não é nada e “não vale a pena” desperdiçar o tempo do médico com isso. “Quanto mais tempo essa pessoa demorar para buscar ajuda, mais essa ansiedade pode aumentar”, diz ele.

Além disso, há o problema da qualidade das informações. O médico analisou cinco das buscas médicas mais comuns no Reino Unido e avaliou a precisão dos conselhos encontrados nos sites mencionados na primeira página de resultados do Google. Mais da metade dos artigos não indicava que o leitor procurasse um médico. Mas o pior é que a maioria das soluções para problemas comuns, como dor de estômago, estava errada.

O Dr. Atkinson sugere que se uma pessoa realmente quiser pesquisar seus sintomas no Google, que consulte sites confiáveis como os das organizações de saúde de sua região ou de hospitais e clínicas especializadas.

Mas o mais importante é que não tenha medo de procurar um médico: “a maioria dos médicos prefere que um paciente faça uma visita e receba logo o tratamento de que precisa do que fique adiando a visita, quando poderia ter obtido uma solução muito antes”, diz Atkinson.

Fonte: LADBible

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital