Huawei perde mais dois fornecedores por conta de sanção americana

Fabricante chinesa não poderá mais comprar chips e memórias da Samsung e da SK Hynix; restrições podem não parar por aí
Leticia Riente09/09/2020 11h15, atualizada em 09/09/2020 12h36

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Como se não bastassem tantas outras restrições por parte do governo americano, a Huawei, fabricante chinesa de smartphones, enfrentará mais dificuldades a partir do próximo dia 15. Isto porque com as delimitações impostas pelo Departamento de Comércio dos EUA, a Samsung e a SK Hynix não poderão mais fornecer chips e memórias à empresa após a data. Não é de hoje que a Huawei tem sofrido com a austeridade do governo chefiado por Donald Trump.

Ambas as fornecedoras ficam proibidas de vender componentes à empresa chinesa, pois a medida, que já havia sido anunciada no mês passado, prevê que mesmo empresas que não sejam dos EUA, mas que necessitem de equipamentos e softwares americanos para desenvolver seus produtos, não forneçam para a Huawei. Segundo o Departamento Americano de Comércio, o objetivo é fechar brechas comerciais.

Reprodução

Huawei foi inserida na “lista negra” do governo americano. Créditos: Zay Nyi Nyi/Shutterstock

A restrição afetou a fabricante de celulares mesmo antes de ser colocada em prática. Em agosto, o CEO de negócios de consumo da Huawei, Richard Yu, anunciou que o modelo Mate 40, que inclusive deve ser lançado ainda neste ano, será o último da marca a ter o processador Kirin, de fabricação da própria empresa. Segundo ele, a Huawei já estava ciente que não teria mais os equipamentos que precisa para continuar a fabricação do processador.

No entanto, a medida adotada pelo governo americano deve prejudicar não só a Huawei, mas também a Samsung e a SK Hynix. Para se ter ideia, no caso da SK Hynix, que fornecia as memórias à fabricante chinesa, 40% de sua receita de US$ 13,3 bilhões no primeiro semestre foi proveniente de exportações para a China.

Alternativa

Para tentar depender o menos possível de empresas americanas ou de fabricantes que constem na “lista negra” do governo dos EUA, a Huawei começou a comprar componentes da maior fundição de chips do país chinês, a SMIC. O problema é que, além dos chips desta empresa estarem duas gerações atrasados se comparados com os do antigo fornecedor, a TSMC de Taiwan, não é possível precisar quanto tempo esta parceria vai durar, visto que o governo americano também pode barrar transações comerciais entre as empresas.

Tal ideia já tem sido formada com base nos sinais que o Departamento Americano de Comércio vem dando em direção a impor também restrições à SMIC. Se cumprida a promessa, a empresa também fica impedida de adquirir equipamentos para produção de componentes fornecidos para a Huawei.

Fonte: Engadget

Colaboração para o Olhar Digital

Leticia Riente é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital