Pelo menos US$ 160 milhões serão investidos em um supercomputador que será desenvolvido pela Hewlett Packard Enterprise (HPE), na Finlândia, no ano que vem. O Lumi (nome dado ao supercomputador da HP) promete ter melhor desempenho se comparado com o Fugaku, a máquina japonesa considerada hoje a mais rápida do mundo. O projeto será financiado pela European Joint Undertaking EuroHPC; uma colaboração conjunta de supercomputação entre governos nacionais e a União Europeia.
Espera-se que o Lumi atinja um desempenho de pico teórico de mais de 550 petaflops – velocidade de computadores relacionada a cálculos matemáticos e científicos. O equipamento poderá ser utilizado para cálculos em epidemiologia, bioinformática e modelagem molecular que podem levar meses em plataformas de computação tradicionais (ou anos se feitos à mão).
.@HPE_Cray is lending its supercomputing power to @LUMIhpc and their consortium of European nations to accelerate their path towards #HPC and eventually, exascale computing 👉 https://t.co/F5MH3Z4uOv
— HPE News (@HPE_News) October 21, 2020
O supercomputador deverá estar disponível em nuvem, o que permite que pessoas de todas as partes do mundo colaborem. Isso possibilitaria, por exemplo, mais estudos sobre principais aspectos da Covid-19, como interação humano-viral, estrutura e função viral, design de moléculas pequenas, reaproveitamento de medicamentos, trajetória e resultados dos pacientes.
Especificações
De acordo com a HPE, o Lumi ficará hospedado no Finnish IT Center for Science em Kajaani, situado na Finlândia, e usará servidores HPE Cray EX com processadores AMD Epyc e placas gráficas de alto desempenho AMD Instinct. O supercomputador também utilizará sistema de armazenamento Cray ClusterStor E1000 da HPE e a tecnologia HPE Slingshot para rede. Pensando no consumo e alta performance do equipamento, também será aplicado ao Lumi recursos de refrigeração líquida para minimizar o uso de água e eletricidade.
Todo o sistema deverá ser movido por hidroeletricidade da Vattenfall, uma empresa pública europeia de energia renovável. O anúncio do Lumi também destaca que o provedor de serviços públicos Loiste Lämpö irá transferir uma parte do calor gerado pelo supercomputador para residências e edifícios comerciais em Kajaani, no interior da Finlândia.
Lumi auxiliará vários países em diversos tipos de pesquisas. Créditos: Gorodenkoff/Shutterstock
Cabe destacar ainda que quando o projeto for finalizado, ele será compartilhado com um consórcio que inclui Bélgica, República Tcheca, Dinamarca, Estônia, Finlândia, Islândia, Noruega, Polônia, Suécia e Suíça. Até lá, a HPE planeja expandir sua cadeia de suprimentos de supercomputação com a fabricação de computadores poderosos Cray EX com refrigeração líquida e sistemas Apollo em sua fábrica na República Tcheca. Nesta mesma linha, a empresa quer estabelecer um Centro de Excelência para fornecer ferramentas de pesquisa, desenvolvimento e outras soluções de computação de alto desempenho.
Fugaku
Para se ter ideia do poder que supercomputadores como o Lumi podem ter, o Fugaku, do Japão, é o melhor exemplo. Neste mês, o equipamento concluiu que a umidade pode ter grande influência sob infecções por Covid-19, sendo que os riscos de contágio aumentam em ambientes secos e fechados, o que ocorre mais em meses de inverno. O computador ainda indicou o uso de umidificadores como uma alternativa para diminuir o contágio da doença em ambientes fechados.
Via: Venture Beat