O Facebook está novamente ligado a questões relacionadas à liberdade de expressão na plataforma. Dessa vez, o assunto veio à tona na Índia, após a executiva Ankhi Das entrar com uma queixa criminal contra o jornalista Awesh Tiwari.

A alegação é de que ele fez uma postagem crítica na própria rede social que constitui assédio sexual, intimidação criminal e difamação. O problema é que, segundo o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ) não há nenhuma evidência de tais condutas, e muitos defensores da imprensa estão dizendo que se trata de uma tentativa de intimidar o jornalista, que é crítico ao regime do país.

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Segundo Tiwari, as alegações são “infundadas” e destinadas a intimidá-lo e mantê-lo em silêncio. Por conta disso, ele apresentou uma contra-queixa contra Das. O CPJ ainda pede a retirada da denúncia para “proteger a liberdade de expressão” do jornalista que, se condenado, pode enfrentar dois anos de prisão por assédio sexual e difamação e sete anos adicionais por intimidação criminosa.

Entenda a polêmica

A polêmica começou após uma matéria publicada pelo The Wall Street Journal, que detalhou como Das protegeu políticos do partido nacionalista hindu de políticas de discurso de ódio da rede social. Alguns deles teriam pedido violência contra imigrantes muçulmanos e queima de mesquitas, o que poderia até causar a suspensão da plataforma, além da remoção da publicação.

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Uma das funções da executiva dentro do Facebook é a comunicação e a manutenção do relacionamento da rede social com o governo indiano. Por conta disso, para manter uma boa relação, quando os políticos nacionalistas começaram a violar as regras de discurso de ódio, Das argumentou contra a moderação das postagens, evitando que prejudicasse os interesses comerciais da empresa.

ReproduçãoFacebook está mais uma vez envolvido em polêmico sobre liberdade de expressão. Foto: iStock

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Após receber diversas críticas nas redes sociais, a executiva partiu para a ofensiva. Das tem como alvos cinco pessoas. Porém, segundo Aliya Iftikhar, do CPJ, “é evidentemente absurdo que um executivo do Facebook, que reivindica um compromisso com a liberdade de imprensa e de expressão, apresente uma queixa criminal contra um jornalista por criticá-la na plataforma”.

Via: The Verge

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