Após um grande ensaio clínico, a Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador do governo dos Estados Unidos, aprovou o uso do Inmazeb – uma mistura de três anticorpos monoclonais – para o tratamento de infecção pelo ebolavírus do Zaire (vírus Ebola). A farmacêutica Regeneron vem desenvolvendo um medicamento semelhante para a Covid-19.
O ebolavírus do Zaire, comumente conhecido como vírus Ebola, é uma das quatro espécies de ebolavírus que podem causar uma doença humana potencialmente fatal. O vírus Ebola é transmitido pelo contato direto com sangue, fluidos corporais e tecidos de pessoas infectadas ou animais selvagens, bem como com superfícies e materiais, como roupas de cama e roupas, contaminados com esses fluidos.
O medicamento, também conhecido como REGN-EB3, é o primeiro a ser aprovado como um tratamento específico para o Ebola. O Inmazeb tem como alvo a glicoproteína que está na superfície do vírus, que se liga ao receptor da célula e funde as membranas da célula viral e do hospedeiro, permitindo que ele entre na célula. Os três anticorpos que compõem o Inmazeb podem se ligar a essa glicoproteína simultaneamente e bloquear a adesão e a entrada do vírus.
Micrografia eletrônica de transmissão colorida do vírus Ebola. Imagem: CDC/Cynthia Goldsmith
“Aplicamos as mesmas tecnologias e recursos de fabricação de medicamentos contra a Covid-19, e esperamos que esta seja uma das muitas demonstrações de como o poder da ciência pode ser implantado com sucesso contra doenças infecciosas perigosas”, afirmou o presidente e diretor científico da Regeneron, George D. Yancopoulos.
Como parte de um acordo anunciado em julho de 2020, a farmacêutica fornecerá doses de tratamento com Inmazeb ao longo de seis anos para o Departamento de Saúde dos EUA. Em resposta ao surto de Ebola de 2018 na República Democrática do Congo (RDC), a Regeneron trabalhou com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras organizações globais para oferecer o tratamento no país africano gratuitamente.
Nesta ação, o Inmazeb foi avaliado em 382 pacientes adultos e pediátricos com infecção confirmada de ebolavírus do Zaire. O estudo clínico foi liderado pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA e pelo Institut National de Recherche Biomédicale da RDC, com contribuições de várias outras organizações e agências internacionais.
Dos 154 pacientes que receberam Inmazeb, 33,8% morreram após 28 dias, em comparação com 51% dos 153 pacientes que receberam uma substância controle. Os sintomas mais comuns experimentados durante o tratamento incluíram: febre, calafrios, taquicardia (ritmo cardíaco acelerado), taquipnéia (respiração acelerada) e vômitos; no entanto, esses também são sintomas comuns da infecção pelo vírus Ebola.
Os pacientes que recebem Inmazeb devem evitar a administração simultânea de uma vacina viva devido ao potencial do tratamento para inibir a replicação de um vírus vacinal vivo indicado para a prevenção da infecção pelo vírus Ebola e, possivelmente, reduzir a eficácia da vacina.
Via: FDA