A farmacêutica britânica AstraZeneca iniciou ensaios clínicos para avaliar os efeitos de um medicamento na prevenção e tratamento da Covid-19. O remédio é desenvolvido com a combinação de dois anticorpos monoclonais, que são produzidos em laboratório a partir de clones de células do sistema imunológico.
A companhia afirmou que a primeira etapa de estudos vai avaliar a segurança do medicamento AZD7442 em 48 participantes saudáveis de idades entre 18 e 55 anos. Segundo a AstraZeneca, caso os resultados da primeira etapa sejam positivos, a expectativa também é testar o potencial do medicamento de prevenir infecções do novo coronavírus.
Os anticorpos monoclonais são produzidos para agir sobre um determinado alvo. Isso significa que as moléculas podem ser direcionadas para neutralizar partes específicas de microorganismos invasores ou conduzir substâncias até células de uma parte do corpo. Essa abordagem é usada, inclusive, no tratamento de alguns tipo de câncer e tumores.
Mais de 115 mil pessoas morreram de Covid-19 no Brasil, desde o início da pandemia. Imagem: Agência Brasil
A AstraZeneca recebeu um investimento de US$ 23,7 milhões (R$ 137 milhões em conversão direta) de agências governamentais dos Estados Unidos para conduzir o desenvolvimento de terapias baseadas em anticorpos monoclonais para a Covid-19. A companhia norte-americana Regeneron e a empresa suíça Roche também desenvolvem uma iniciativa semelhante.
“Esta combinação de anticorpos, acoplada à nossa tecnologia de extensão de meia-vida, tem o potencial de melhorar a eficácia e durabilidade do uso [do medicamento], além de reduzir a probabilidade de resistência viral”, afirmou o vice-presidente executivo de pesquisa e desenvolvimento da AstraZeneca, Mene Pangalos.
A meia-vida de anticorpos corresponde ao tempo para que a concentração de um anticorpo no organismo humano reduza pela metade.
Vacina de Oxford
A AstraZeneca desenvolve, em parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido, uma candidata a vacina contra o novo coronavírus. O imunizante está na terceira e última etapa de ensaios clínicos – parte dos testes ocorre no Brasil.
O governo brasileiro assinou um acordo com a farmacêutica para reservar ao menos 100 milhões de doses e transferir a tecnologia de produção da vacina para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A chegada do primeiro lote do imunizante no país está prevista para dezembro. Já a expectativa de pesquisadores a frente do projeto é concluir os ensaios clínicos até outubro deste ano.
Via: Reuters