A pandemia de Covid-19 mexe de forma diferente com cada empresa de tecnologia. Enquanto Apple, Amazon, Microsoft e Netflix veem resultados excelentes como resultado de maior dependência da tecnologia, a Alphabet, empresa que controla o Google, reportou o primeiro declínio em receitas da sua história no trimestre entre abril e junho.
Não foi uma queda enorme, mas ainda assim, é um momento histórico para a companhia, que já previa uma queda como resultado do coronavírus e viu sua expectativa se concretizar. As receitas caíram de US$ 38,3 bilhões no período de 2019 para US$ 37,4 bilhões em 2020.
É importante observar, no entanto, que a Alphabet passou longe de registrar um prejuízo, mesmo com a queda em receitas. O lucro da companhia ficou em US$ 6,96 bilhões no trimestre.
Uma parte significativa dessa queda se deve à perda de faturamento com publicidade, o que é um sintoma do momento econômico, com empresas fechando as portas pelo mundo inteiro como resultado das medidas de isolamento provocadas pela Covid-19. No total, a empresa recebeu US$ 29,87 bilhões com venda de anúncios para todas suas plataformas, enquanto essa marca era de US$ 32,49 bilhões em 2019.
A queda nas receitas só não foi pior porque outros setores da empresa viram melhora no período, como a divisão Google Cloud, com serviços de computação em nuvem e as demais receitas ligadas ao Google que não têm a ver com publicidade, como venda de hardware, pagamentos pelo YouTube e venda de apps, filmes e livros no Google Play.
Apesar da queda preocupante, Ruth Porat, diretora financeira da Alphabet, viu alguns motivos para ser mais otimista em relação ao negócio de publicidade da empresa. A companhia viu uma melhora em junho, no fim do trimestre, que pode apontar uma tendência mais positiva para este trimestre, mas ela não se diz capaz de garantir nada, especialmente diante de tantas incertezas causadas pela pandemia.
A Alphabet também é formada por outras empresas que, historicamente, não dão lucro nenhum aos seus cofres, que ficam registrados no balancete sob a alcunha de “Outras apostas”. Sem surpresas, essas outras atividades, que incluem divisões como a Waymo, que produz carros autônomos, registrou novo prejuízo operacional no período, com uma perda de US$ 1,12 bilhão.