Netflix ganha 10 milhões de novos assinantes durante a pandemia

Empresa já acumula 26 milhões de novos clientes ao longo do ano, praticamente igualando o crescimento de todo o ano de 2019
Renato Santino17/07/2020 01h38

20190820060153-1800x1080

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

A Netflix continua tirando proveito de sua posição privilegiada diante da pandemia de Covid-19. A empresa anunciou nesta quinta-feira (16) os números do segundo trimestre de 2020 com um crescimento expressivo da base de assinantes, superando com folga as projeções anunciadas ao fim dos primeiros três meses do ano.

Durante o período, o número de usuários da Netflix cresceu em 10,2 milhões, enquanto sua expectativa era de apenas 7,5 milhões. Para se ter uma ideia, durante o ano inteiro de 2019, a companhia aumentou sua base de assinantes em 28 milhões; já na primeira metade de 2020, o crescimento já é de 26 milhões.

A empresa, no entanto, entende que esse ritmo pode ser insustentável, mesmo com o “novo normal”, com as pessoas buscando mais entretenimento dentro de suas casas para evitar o contágio pelo novo coronavírus. A empresa prevê um crescimento de apenas 2,5 milhões para o próximo trimestre, que seria uma desaceleração brusca, especialmente quando se compara com o mesmo período de 2019, quando a Netflix viu um aumento de 6,9 milhões na sua base de usuários.

Neste momento, a empresa precisa responder duas questões importantes sobre o seu futuro, como relata o site The Verge. Como serviço de streaming de filmes e séries mais popular do mundo, há discussões sobre o quanto a empresa ainda pode continuar crescendo. Os números do primeiro semestre podem ser altíssimos, mas não significam muita coisa se forem apenas um sintoma da pandemia. E se os assinantes encerrarem suas contas assim que houver uma vacina e a humanidade conseguir retomar a vida anterior ao coronavírus?

O outro ponto importante é como a empresa conseguirá manter os assinantes em um cenário de competição cada vez maior no setor. A Covid-19 paralisou filmagens de filmes e séries de TV, o que pode limitar a capacidade da Netflix em publicar novo conteúdo original na plataforma. Enquanto isso, a concorrência conta com um catálogo retroativo muito maior para atrair assinantes, que pode sustentar as necessidades de entretenimento dos clientes por mais tempo. Basta olhar para o volume de franquias amadas pelo público que hoje pertencem à Disney e, consequentemente, ao Disney+.

Enquanto essas questões de médio prazo não ficam claras, a empresa ainda aproveita o momento em que tem muito conteúdo original pronto para publicação. A empresa deve lançar ainda neste mês 59 materiais originais, incluindo séries, filmes e documentários, enquanto seus concorrentes ainda sofrem com a Covid-19. Não se sabe até onde esse ritmo se manterá, no entanto.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital