Netflix ganha mais de 15 milhões de novos assinantes com a pandemia

Empresa anunciou resultados nesta terça-feira (21); número é mais do que o dobro do que havia sido projetado para o trimestre
Renato Santino22/04/2020 00h13

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Ninguém duvida que o coronavírus é um desastre para a economia global, mas neste momento há pelo menos uma empresa que tem superado as expectativas: a Netflix. A empresa anunciou nesta terça-feira (21) seus resultados para o primeiro trimestre de 2020, e os números não poderiam ser mais positivos.

Com boa parte do mundo presa em casa para se proteger da Covid-19, a expectativa do mercado já era alta para os resultados da Netflix, mas a realidade foi ainda mais positiva do que se antecipava para os cofres da empresa.

Ao fim de 2019, a empresa havia projetado um crescimento de 7 milhões de assinantes para o primeiro trimestre de 2020. Na ocasião, ainda não se tinha uma dimensão do tamanho do estrago causado pelo coronavírus no mundo. Com o desenrolar da situação, o crescimento real da base de usuários foi de 15,77 milhões, mais do que o dobro do que havia sido inicialmente previsto. Isso levou o total de assinantes da companhia para 182,86 milhões.

Enquanto isso, a empresa viu suas receitas chegarem à casa de US$ 5,77 bilhões no período, um crescimento de 27,58% na comparação com o primeiro trimestre de 2019, e lucro de US$ 709 milhões, equivalente a um aumento de 106% em comparação com o ano anterior.

A empresa também listou três formas como a pandemia tem afetado os seus negócios positiva e negativamente:

  1. A quantidade de pessoas presas em casa fez com que as assinaturas disparassem;
  2. O impacto econômico da crise fez com que o dólar ficasse caro fora dos Estados Unidos, o que reduziu o faturamento da empresa no exterior. Basta lembrar que os R$ 33 da assinatura padrão brasileira valiam US$ 8,25 com o dólar valendo R$ 4 e passaram a valer US$ 6,60 com o dólar a R$ 5;
  3. Com a interrupção na produção de filmes e séries, a empresa parou temporariamente de gastar com isso, fazendo com que ela tenha mais dinheiro parado em caixa; pelo mesmo motivo, várias estreias serão atrasadas.

A Netflix não vê esse ritmo acelerado de crescimento como permanente, no entanto. A empresa prevê que as restrições contra a circulação de pessoas comecem a ser afrouxadas ao longo do próximo trimestre, então a projeção para o crescimento na base de assinantes segue na faixa de 7,5 milhões.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital