Comparamos e fizemos as contas: será que você precisa de um iPhone 12?

O Olhar Digital comparou as principais características do iPhone 12 com aparelhos Android mais simples para você definir se precisa ou não dele. Confira!
Por Alvaro Scola, editado por Eduardo Nuvens 09/11/2020 19h19, atualizada em 20/11/2020 12h04

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Foram feitas muitas especulações até o iPhone 12 ser de fato anunciado sendo que ele surpreendeu muita gente em alguns pontos, principalmente no que diz respeito as suas configurações. Por sua vez, é claro, o iPhone 12 em qualquer uma de suas versões não pode ser considerado um celular barato e nem mesmo será acessível para a maioria dos brasileiros pois o seu preço aqui variará de R$ 7 mil até R$ 14 mil.

Se você ficou impressionado com o iPhone 12, mas não precisa de todo o “conjunto que ele oferece”, felizmente, no meio do Android, você consegue encontrar alguns aparelhos capazes de competir em alguns quesitos com ele. Assim, o Olhar Digital separou as principais características do iPhone 12 para você ver se realmente precisa dele ou se um Android mais simples pode atender suas necessidades.

Tela

Um quesito muito importante a ser levado em consideração na hora de comprar o celular fica na qualidade da tela, afinal, é ela que ficará em evidência para você o tempo todo na hora de usar o seu aparelho. Nesse ponto, apesar de cumprir muito bem a sua função e ter um display “premium”, a verdade é que o iPhone, ao menos nos números, não ganha tanto assim quando comparado a muitos celulares com o Android.

Reprodução

Diferente da sua geração anterior em que o modelo mais básico do iPhone ainda tinha um display LCD, todos os modelos da série 12 contam com um display OLED. Na prática, além de uma qualidade de imagem quase sempre superior, você também ganha outros benefícios como gastar menos bateria do celular ao optar por usar o modo escuro em aplicativos e até papeis de parede com a cor preta.

Já ao olhar para os celulares com o Android, é verdade, quase sempre você encontrará telas com display OLED e suas variações em modelos premium, mas você também vê isto em aparelhos mais simples. Um exemplo claro disto fica em aparelhos do segmento intermediário-premium da Samsung ou da Xiaomi como o Galaxy A71 ou o Mi 9T, que trazem displays AMOLED, uma variação do OLED, e resoluções similares.

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Outro ponto ainda em relação a tela que desagradou muita gente, foi o fato dos iPhones da série 12 ainda contarem com a taxa de atualização de 60 Hz para seu display. É verdade que este ponto pode até fazer menos diferença para a maioria das pessoas, mas tanto no sistema quanto em jogos (que suportam esta taxa), a diferença na fluidez de sua imagem e animações é nítida. Entretanto, aqui vale lembrar, são poucos os aparelhos com o Android que tem um preço mais acessível e esta tecnologia, mas o Poco X3 é um deles.

Apesar destas similaridades apontadas, ainda vale lembrar que o iPhone 12 possui alguns recursos que nem sempre são vistos nestes aparelhos mais simples. Por exemplo, para melhorar a qualidade de sua imagem, os iPhones da série 12 vêm com o HDR10 e até mesmo o Dolby Vision, recursos vistos apenas em celulares mais premium com o Android.

Performance

Já não é de hoje que um dos grandes diferenciais dos iPhones ficam nos processadores da Apple. Com o A14 Bionic isso não é diferente, uma vez que em testes de benchmark, ele fica até mesmo a frente de processadores como o Snapdragon 865, um dos mais potentes disponíveis em aparelhos topo de linha com o Android.

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Ainda assim, ficando na casa abaixo dos 3 mil reais, uma boa opção para quem não quer gastar tanto está em celulares topo de linha de 2019, que em sua maioria contam com o processador Snapdragon 855. Já quem quer um desempenho maior no Android, é claro, deve ficar de olho em aparelhos com o Snapdragon 865 ou 865 Plus, mas o preço de aparelhos com ele já é maior e quase igual o do iPhone mais simples. E, ainda assim, mesmos estes aparelhos não terão o mesmo desempenho de um iPhone 12, mas poderão suprir a necessidade da maioria das pessoas por uns bons anos.

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Apesar de mandar muito bem no processador, é preciso lembrar que a Apple continua com uma quantidade de memória RAM mais limitada (principalmente nos modelos mais simples) em seus aparelhos ao compará-los com celulares intermediário premium e topo de linha com o Android. Ao trabalhar com apenas um aplicativo no iPhone, você não enfrenta problemas e eles realmente são mais responsivos devido a otimizações do sistema, mas se você gosta de fazer mais de uma tarefa ao mesmo tempo, o carregamento de um app ou alternar entre eles pode demorar mais.

Já no Android, você encontra aparelhos com 6 GB de memória RAM ou mais em celulares com o valor perto dos R$ 2.500,00. Por falar em memória, é claro, também não podemos deixar de falar do espaço de armazenamento. Neste assunto, em velocidade, realmente é difícil bater o iPhone, mas quando o assunto é “capacidade”, os celulares topo de linha do Android (ainda mais baratos que o iPhone 12) trazem mais espaço.

Bateria e carregamento

Um ponto que muitos usuários sempre reclamaram na Apple é o fato dos iPhones não terem baterias com uma grande capacidade, ao menos nas especificações técnicas. Apesar deste ponto negativo, graças a otimizações feitas no iOS (sistema do iPhone), a autonomia dos celulares da Apple ainda acaba sendo decente.

Já no iPhone 12, dependendo do modelo escolhido, a sua bateria pode ter menos capacidade do que foi visto no iPhone 11. Ainda assim, a Apple diz que o iPhone 12, no modelo Pro Max, pode fornecer uma autonomia de até 20 horas, o que realmente é um número bem interessante. Apesar dessa questão positiva no modelo Pro Max, sites internacionais especializados em reviews de celulares fizeram testes em que a bateria dos outros modelos do iPhone 12 oferecia uma autonomia perto de 10 horas de uso, o que não impressiona para os padrões atuais.

Assim, nessa questão de autonomia, o Android possui inúmeros aparelhos, que as vezes tem baterias, ao menos nas especificações, com o dobro da capacidade vista no iPhone. Um exemplo bem recente, inclusive, é o M51 da Samsung, que tem 7.000 mAh. E, com estes números, não é incomum ver aparelhos que oferecem autonomia para ficar 2 dias longe da tomada.

Outra novidade também vista no iPhone 12 foi a possibilidade de usar o carregador MagSafe, que traz um sistema de carregamento sem fio mais rápido quando comparado aos carregadores por indução comuns. Aqui, apesar do carregamento sem fio ser rápido, vale lembrar, que ele ainda é mais lento que o carregamento tradicional com fio e, ao menos neste momento inicial, o iPhone 12 não vem com qualquer carregador em sua caixa. Já no Android, alguns celulares até suportam carregamentos rápidos sem fio, mas eles ainda, em sua maioria, não são tão eficazes quanto o MagSafe e suas especificações variam bastante.

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Câmera

Outro ponto em que a Apple sempre investiu bastante foi nas suas câmeras, tanto que o iPhone 11, quando lançado, chegou até mesmo a ser usado na gravação de videoclipes profissionais. Já para a série do iPhone 12, a Apple fez algumas mudanças interessantes ao, por exemplo, colocar uma abertura maior para as lentes, modo noturno na lente ultra-wide, o sensor Lidar, zoom óptico maior (iPhone 12 Pro e Pro Max) e outras melhorias.

Assim, quando o assunto é imagem, mesmo que nas especificações o iPhone 12 não tenha as melhores lentes, é inegável que o seu pós-processamento e outras otimizações da Apple entreguem um resultado incrível. Mas, ao voltar para a comparação com outros aparelhos mais baratos, caso você não esteja preocupado em obter “resultados profissionais”, ainda existem outros aparelhos com o Android bem interessantes.

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Por exemplo, o Galaxy S10+ e o Redmi Note 9 Pro, apesar de não oferecerem todos os recursos do iPhone, ainda fazem um trabalho bem competente quando o assunto é tirar fotos. Inclusive, ambos os aparelhos que hoje se encontram com o preço em torno de R$ 2.700,00 possuem um zoom óptico de 2x. Um outro aparelho, abaixo deste valor mencionado e sem o zoom óptico, é o Huawei Nova 5T, que dentre os celulares intermediário-premium, ainda oferece uma qualidade de imagem superior a celulares topo de linha de outros anos.

Ainda assim, quando o assunto são outras especificações e o modo noturno, o celular da Apple ainda pode se sobressair. Por exemplo, hoje, é difícil encontrar um celular Android que não seja topo de linha com a mesma abertura em suas lentes. Não apenas isso, o sensor Lidar não está disponível em nenhum aparelho Android, que em sua maioria contam com o ToF ou com o ARCore para ter uma função similar.

Conexão 5G

A conexão 5G no Brasil ainda pode demorar até de fato aparecer e ser aproveitada em sua plenitude. Entretanto, os iPhones da série 12 já vem com o suporte para o 5G e, vale lembrar, também funcionam com a nossa tecnologia atual, no caso, o 4G.

Quem compra um aparelho com o suporte à conexão 5G, hoje, já está se prevenindo para o futuro, uma vez que a velocidade vista nesta rede será bem superior. Aqui no Brasil, oficialmente lançado, você encontra o Moto 5G Plus já com o suporte para esta rede.

Além dele, a Realme também confirmou que pretende lançar aparelhos no Brasil com suporte a esta tecnologia e, recentemente, o Mi 10T e o Mi 10T Pro com 5G da Xiaomi também foram homologados na Anatel. Assim, quem quiser se preparar para o 5G sem precisar de um iPhone, também pode ficar de olho nestes modelos.

Conclusão

É inegável que a Apple melhorou praticamente todos os pontos fracos que foram vistos no iPhone 11 na série 12. Ainda assim, o alto valor dos aparelhos que será cobrado no Brasil será um empecilho para muita gente ter um celular destes.

Já no meio do Android, existem inúmeros aparelhos que por conta de suas “configurações variadas”, às vezes, conseguem suprir a necessidade da maioria das pessoas. O grande ponto positivo disso, é que com um celular que custa metade do valor do iPhone, você pode ter um recurso que precisa, mesmo que ele não tenha a mesma qualidade vista no aparelho da Apple.

Assim, é possível dizer que você pode sim encontrar aparelhos decentes e de boa qualidade por menos de R$ 3.000,00. Entretanto, se você realmente tem o poder para comprar um iPhone 12, ele não deve te desapontar na maioria dos quesitos.

Editor(a)

Alvaro Scola é editor(a) no Olhar Digital

Eduardo Nuvens é editor(a) chefe no Olhar Digital