Uma equipe de pesquisadores da Michigan State University (MSU) desenvolveu um modelo de coração humano em miniatura. Eles esperam que o organoide ajude-os a entender mais sobre o desenvolvimento do coração no feto e defeitos como doenças cardíacas congênitas.

Os cientistas usaram células-tronco adultas e um método que simula o desenvolvimento embrionário e fetal. Eles conseguiram gerar um coração em miniatura completamente funcional, com todas as câmaras e tecidos vasculares, em apenas algumas semanas. Isso permitiu acompanhar o processo de desenvolvimento de um coração fetal humano em tempo real.

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Agora, os pesquisadores usarão o método para modelar e estudar doenças cardíacas congênitas. O processo ainda está em fase de aperfeiçoamento, mas os cientistas acreditam que esses corações em miniatura podem ser usados para estudar outras condições cardiovasculares, como a cardiotoxicidade induzida por quimioterapia e os efeitos da diabetes no desenvolvimento do coração de um feto.

“Esses mini-corações constituem modelos incrivelmente poderosos para estudar todos os tipos de distúrbios cardíacos com um grau de precisão nunca visto antes”, explicou Aitor Aguirre, professor da MSU e principal autor do artigo que detalha a pesquisa.

Criar corações humanos a partir de impressões em 3D ou fazê-los crescer usando células-tronco tem sido objeto de interesse recentemente. Pesquisadores de Chicago (EUA) a Tel Aviv (Israel) imprimiram corações em 3D de células derivadas dos pacientes, enquanto cientistas do Japão transplantaram tecido cardíaco cultivado em laboratório para um coração humano real.

Covid-19 pode afetar coração mesmo após cura

O novo coronavírus pode atingir o tecido do coração e provocar inflamações que perduram por até semanas após a recuperação, indica estudo publicado no dia 27 de julho na revista Jama Cardiology. Apesar da pesquisa ressaltar o impacto cardiovascular da doença, autores destacam a necessidade de mais investigações para avaliar se a Covid-19 pode causar danos duradouros ao coração.

O trabalho envolveu 100 pacientes recém-recuperados da doença, com idades entre 49 e 53 anos. Imagens de ressonância magnética apontaram que a infecção afetou o coração de 78% dos participantes e 60% deles apresentavam sinais de inflamação no miocárdio. O procedimento foi realizado, em média, 71 dias após os pacientes terem recebido o diagnóstico positivo de coronavírus. A maioria dos voluntários desenvolveu sintomas severos e dois necessitaram de ventilação mecânica.

Via: Engadget