Um novo experimento de edição genética feito em macacos mostrou que uma única injeção de genes modificados poderia eventualmente eliminar o risco de doenças cardíacas.
Médicos da empresa de biotecnologia Verve Therapeutics injetaram em 13 macacos um soro que desliga dois genes específicos nos seus fígados, responsáveis pela produção de colesterol e de triglicerídios, principal tipo de gordura em nosso organismo. De acordo com o jornal The New York Times, os cientistas acreditam que, se o mesmo procedimento puder ser feito em humanos, doenças do coração e ataques cardíacos fatais poderiam se tornar apenas um medo do passado para algumas pessoas.
“Isso pode ser a cura para muitas doenças cardíacas”, afirmou o dr. Michael Davidson, diretor da Clínica de Lipídios da Escola de Medicina Pritzker da Universidade de Chicago, que não participou da pesquisa, em entrevista ao New York Times.
Edição genética pode ser a cura para doenças cardíacas. Imagem: Reprodução
A ideia dos pesquisadores seria injetar os genes alterados em jovens, a fim de evitar que eles tenham qualquer problema cardíaco ao longo da vida. Para os mais velhos, entretanto, ataques cardíacos e outras doenças no coração podem ser o resultado de décadas de má alimentação, enchendo suas veias com placas de gordura. Nesses casos, infelizmente, a terapia genética não pode atuar.
O soro alterou o DNA de todas as células do fígado de todos os 13 macacos, segundo a pesquisa – que ainda não foi revisada por pares ou publicada, mas foi apresentada na reunião anual da Sociedade Internacional para Pesquisas com Células-Tronco neste sábado (27). Especificamente, o soro desativa dois genes: o PCSK9, que regula o colesterol LDL (o colesterol ruim), e o ANGPTL3, regulador dos triglicerídeos (um tipo de gordura que pode ser armazenada no sangue).
Como observa o New York Times, levará anos até que a equipe possa repetir o experimento em humanos, porque eles ainda precisam observar os macacos em busca de qualquer efeito colateral resultante da alteração genética, além de verificar se os efeitos são permanentes ou não. “Esperamos que um dia seja feito, mas temos que validar isso com ensaios clínicos”, comentou Davidson.
Via: Futurism