Chinesa Didi quer superar Uber no mercado da América Latina

Baixa performance da Uber na América Latina impulsiona a expansão do aplicativo de transportes chinês
Vinicius Szafran11/11/2019 19h17, atualizada em 11/11/2019 21h00

20191111041132

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O aplicativo de transportes Uber teve seu pior desempenho no mundo registrado na América Latina. Segundo divulgado no resultado trimestral da empresa, o crescimento na região foi de apenas 2%, a pior performance dentre todas as áreas em que a companhia atua. Muito dessa queda de rendimento se deve à Didi Chuxing.

No Brasil, a chinesa controla a 99, e está apresentando um rápido crescimento no mercado latino americano, de acordo com informações da Reuters. Tanto Uber quanto Didi têm, entre seus sócios, o grupo japonês SoftBank, que prometeu investir bilhões de dólares em empresas de tecnologia da América Latina.

A disputa entre as duas empresas é mais pronunciada no México, onde a Didi é a primeira competidora séria enfrentada pela Uber. A companhia chinesa já capturou 30% de mercado nas cidades onde iniciou operação desde seu lançamento no país no ano passado, segundo ex-funcionários da Didi.

A Uber Eats, serviço de entrega de comida da Uber, por sua vez, enfrenta séria concorrência da colombiana Rappi, que recebeu um bilhão de dólares de investimento este ano, também da japonesa SoftBank.

Reprodução

A Didi Chuxing afirmou em comunicado que “enxerga tremenda oportunidade para crescimento” na América Latina. “Atualmente, menos de três em cada dez mexicanos usam serviços de transporte por aplicativo, e menos de um em cada dez usam apps de entrega de comida”, disse a empresa. “Estamos entusiasmados sobre onde estaremos após 18 meses”. Representantes da Uber e da SoftBank não comentaram o assunto.

Presente em mais de 32 cidades, no México, a Didi é a maior da empresa fora da China. Já a Uber no país, a competição além dos táxis, é uma novidade. Segundo levantamento da Dalia Research, empresa alemã de pesquisa de mercado, antes da chegada da companhia chinesa, a Uber tinha 87% do mercado mexicano de transporte por aplicativo.

Agora, além do mercado, a Uber também vem perdendo talentos para empresas como Rappi, Didi e a indiana Oyo, uma startup de hospedagem financiada também pelo SoftBank. Até a startup de cozinhas compartilhadas CloudKitchens contratou pelo menos um ex-executivo da Uber na região, conforme afirmaram fontes com conhecimento do assunto.

A Didi tem perseguido sistematicamente os negócios da rival no México, fazendo seus funcionários pegarem Uber para recrutarem motoristas para seu próprio serviço, colocando centros de assistência de motoristas ao lado de instalações da rival. Na cidade de Toluca, onde a empresa estreou, a Didi tentou colocar seu centro de treinamento de motoristas no mesmo complexo de shopping center escolhido pela Uber, segundo dois ex-funcionários da empresa chinesa. No entanto, esse movimento foi bloqueado.

Além disso, a Didi definiu tarifas menores para os usuários e melhores retornos para os motoristas, afirmaram funcionários da empresa. A companhia identificou uma participação de mercado de 30% como necessária para ter massa crítica para motoristas e usuários.

Vinicius Szafran
Colaboração para o Olhar Digital

Vinicius Szafran é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital