O brasileiro não está muito confiante nos benefícios da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), aprovada em agosto, e acredita que as novas regras farão muito pouco para cumprir o objetivo principal – que é proteger os dados pessoais de usuários da internet.

A LGPD estabelece uma série de regras para o uso de dados e tem capacidade de não só multar uma empresa no caso do vazamento dessas informações, como também de responsabilizá-las caso seja concluído que a segurança dos usuários foi negligenciada.

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Em tempos de grandes escândalos como o uso indevido de dados de usuários do Facebook pela consultoria política Cambridge Analytica, e até mesmo o bug que expôs informações de usuários do Google+ a preocupação com a privacidade desses dados ganhou força.

Assim, seguindo os passos de uma legislação parecida na União Europeia, o Congresso Nacional aprovou há alguns meses uma série de regras que valem para empresas que atuam no Brasil. A legislação foi sancionada por Michel Temer em agosto, e deve começar a valer apenas em 2020, 18 meses após a aprovação presidencial.

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Nos dias seguintes à aprovação da LGPD, a Unisys realizava entrevistas para a edição 2018 do Índice de Segurança Unisys. O estudo foi divulgado nesta terça-feira, 30, em São Paulo, e já conta com informações sobre a percepção dos brasileiros em relação à nova legislação.

Mais pessimismo do que otimismo

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Ao todo, mil brasileiros foram ouvidos para a elaboração do Índice de Segurança da Unisys, e as expectativas das pessoas com relação à legislação não é das melhores. Segundo o estudo, o nível de preocupação do brasileiro com questões referentes à proteção de dados é bastante elevado, mas a confiança na efetividade da lei é baixa – 58% dos entrevistados não acredita que ela tratá benefícios a usuários comuns.

Apenas 9% dos entrevistados se dizem muito confiantes na nova legislação, enquanto 33% se dizem apenas “mais ou menos confiantes”. Segundo Eduardo Almeida, vice-presidente e gerente geral da Unisys na América Latina, os números mostram que há um longo trabalho a ser feito pela frente. “Esse e outros resultados da pesquisa reforçam a tese de que empresas devem investir continuamente em soluções de segurança para proteger dados dos consumidores,” explicou o executivo.

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Outras questões que preocupam bastante os brasileiros são temas relacionados à segurança pessoal. O estudo indica que 76% dos entrevistados temem roubo de identidade pela internet – o acesso não autorizado ou o uso indevido de dados pessoais por outras pessoas. Esse é mais um indício de que, com os escândalos recentes de vazamento de dados, as informações pessoais passaram a ser consideradas importantes pelos brasileiros na web.