As dificuldades da Amazon para expandir os negócios no Brasil

Daniel Junqueira02/11/2018 18h59, atualizada em 02/11/2018 23h00

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A Amazon planeja expandir suas operações no Brasil para entregar produtos diretamente aos consumidores. Mas a gigante norte-americana vem enfrentando grandes dificuldades e já adiou algumas vezes o lançamento da loja própria.

No Brasil desde 2012, a Amazon começou vendendo apenas livros por aqui. No ano passado, a empresa passou a oferecer produtos através de um marketplace. Nesta modalidade, pequenas lojas usam o sistema da Amazon para vender seus produtos e entregar para consumidores. Para a Amazon, a vantagem desse serviço é que a empresa não precisa de estoque, já que os produtos são todos de outros comerciantes.

O plano para o futuro, porém, é vender produtos diretamente para consumidores. A Amazon vem trabalhando para isso há algum tempo e já alugou galpões próximos a São Paulo para o sistema de distribuição e logística. Em março, ela se reuniu com representantes de empresas para discutir parcerias para a oferta de produtos.

Até agora, no entanto, nada de uma loja própria da Amazon. E uma reportagem da Reuters indica que fatores como a complexa carga tributária brasileira e a resistência de fornecedores em relação à gigante norte-americana contribuem para o atraso nos planos.

A questão tributária é um problema conhecido no Brasil, e grandes grupos varejistas costumam ter um setor destinado exclusivamente a tratar desses assuntos. A Amazon ainda busca profissionais para preencher cargos nessas áreas.

A conversa com fornecedores em março não saiu como o esperado, e muitas empresas consideraram a forma de negociação muito inflexível. De lá para cá, a situação melhorou e parcerias foram fechadas, mas alguns contratos só foram firmados nas últimas semanas e os produtos ainda não foram enviados para a Amazon. Além disso, alguns fornecedores só aceitaram disponibilizar poucos produtos para testar os serviços da empresa no Brasil.

A Amazon pretendia iniciar as vendas diretas para consumidores em setembro, mas ainda não se sabe quando exatamente a loja vai começar a funcionar por aqui. Para a empresa, quanto antes melhor: com o fim do ano chegando, as vendas se aquecem devido à Black Friday e às compras de Natal.

Ex-editor(a)

Daniel Junqueira é ex-editor(a) no Olhar Digital