Apple busca linguagem inclusiva e elimina termos racistas de seu código

Expressões como "lista negra" e "mestre/escravo" não devem mais ser usadas. Várias outras empresas de tecnologia estão adotando medidas similares
Rafael Rigues17/07/2020 18h09

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A Apple está se juntando a outras empresas em um movimento que procura remover de sua documentação e interfaces de programação termos que possam ter uma conotação racista. Expressões como “lista negra” e “mestre/escravo” estão sendo substituídas por outras mais neutras.

A mudança já começou a ser implementada nas versões beta dos sistemas operacionais da empresa (iOS, TVOS, watchOS, iPad OS e mac OS) anunciadas durante a WWDC 2020, em junho, e foi revelada no portal para desenvolvedores no site da empresa nesta quinta-feira (16).

Entre as mudanças a empresa sugere substituir os termos “lista negra” e “lista branca” por “lista de exclusão” e “lista de permissão”, ou similares, e “mestre”, no contexto do ramo primário em um repositório de código-fonte, por “principal” ou “primário”.

O guia de estilo da empresa, que define a linha editorial usada por texto em materiais de instrução, documentação técnica, de referência, programas de treinamento e interfaces com o usuário, já reflete várias destas mudanças.

Segundo a empresa as mudanças podem afetar os apps de alguns desenvolvedores, já que algumas funções e chamadas de sistema que usam termos que estão sendo abandonados serão modificadas. Nestes casos, a Apple irá avisar os desenvolvedores com antecedência e definir um período de transição, para que tenham tempo de fazer as modificações necessárias em seus programas.

Tendência rumo à inclusão

A Apple não é a única empresa fazendo esta mudança. Microsoft, GitHub, LinkedIn, Android e Twitter, entre outras, já se comprometeram a deixar de usar termos com conotação racista em seu código e documentação.

Linus Torvalds, criador e mantenedor do kernel Linux, aprovou recentemente uma medida similar, que recomenda a eliminação dos termos controversos em todo novo código escrito para o kernel Linux, exceto se forem necessários para interagir com hardware e protocolos antigos que ainda os utilizam.

Fonte: CNet

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital