Na última segunda-feira (3) os conselheiros da Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações – indicaram que vão aumentar a oferta de frequências para o leilão do 5G, previsto para o final desse ano. A proposta final do edital será discutida pelo conselho da agência na próxima quinta-feira (6) e deve ampliar a faixa de 3,5 GHz, na qual operam as antenas parabólicas, oferecendo mais de 100 MHz dentro dessa faixa.

Se isso de fato acontecer, somente nesta faixa de frequência haverá uma oferta de 400 MHz, o que tornará o leilão do 5G o maior já realizado no mundo, segundo os fornecedores de equipamento. Haverá ainda frequências de 700 MHz, 2,3 GHz e 26 GHz.

Essas frequências são como faixas no ar por onde os sinais das operadoras trafegam. A calibragem dos sinais pelas teles é feita dentro dessa faixa para evitar que o sinal de uma se misture com o de outra, o que gera interferência.

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Nesse momento, os conselheiros discutem com oserão distribuídos esses 100 MHz adicionais. Uma possibilidade é dividir os 400 MHz em quatro blocos de 100 MHz, mas também poderiam ser oito de 50 MHz. Hoje, na faixa de 3,5 GHz, a Anatel só contava com 300 MHz disponíveis.

A oferta desses 100 MHz adicionais era condição necessária para que as operadoras aceitassem bancar os custos de mitigação de interferências na faixa de 3,5 GHz, onde operam as antenas parabólicas. Emissoras de TV e teles entraram em acordo sobre o tema.

A nova proposta que será discutida pela Anatel está alinhada com as diretrizes do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações que, ontem (3), publicou uma portaria para balizar o trabalho da agência.

O documento diz que as operadoras que vencerem o leilão do 5G deverão ter mais contrapartidas. Uma delas prevê a cobertura de parte considerável da malha rodoviária federal do país com serviços de voz e internet.

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O ministério da Infraestrutura quer que toda a extensão das rodovias seja coberta, o que ajudaria a reduzir os índices de acidentes e roubos de carga porque permitirira aplicações de monitoramento e segurança pública.

Atualmente, apenas 13% das vias federais estão sob concessão à iniciativa privada; o país possui 78,5 milhões de quilômetros dessas vias. No entanto, caberá à agência definir quantas e quais rodovias deverão ser conectadas.

A portaria do ministério também estabelece que as operadoras deverão arcar com os custos de mitigação de interferências nas antenas parabólicas, que operam na faixa de frequência próxima a 3,5 GHz. As teles passarão a oferecer o 5G na faixa de 3,5 GHz, logo, haverá riscos de interferências. Em função disso, terão de destinar recursos para instalar filtros em cada uma das antenas.

Nos bastidores, as teles já trabalhavam com a opção dos 100 MHz adicionais. Defendiam junto ao governo que, desta forma, seria possível equacionar lances mais interessantes para a União. No entanto, para fazer um leilão arrecadatório, como foram os das tecnologias 3G e 4G, a União terá de abrir mão das contrapartidas.

Na portaria, o ministério elencou quais pretende impor. Além das coberturas das rodovias federais e da mitigação da faixa de 3,5 GHz, o governo quer que as teles levem o 4G a localidades com mais de 600 habitantes ainda sem o serviço; e redes de fibras ópticas em municípios ainda não atendidos.

 

Via: Folha de São Paulo