Software inspeciona violações à privacidade de qualquer site na web

Sistema criado por um portal de notícias faz análises por meio de cookies, anúncios, registro de chave e outros dados
Da Redação24/09/2020 20h05, atualizada em 27/09/2020 21h00

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Hoje em dia, é possível fazer de tudo pela internet: compras, operações bancárias e até contratar serviços. Todas essas atividades geram muitos dados, que a cada dia se tornam ainda mais valiosos pelo poder que representam nas mãos das gigantes da tecnologia. Google, Facebook, Tesla e Amazon, apenas para citar as companhias que reúnem os CEOs mais poderosos e ricos do mundo, são frutos desse negócio bilionário.

Por ser tão rentável, o rastreamento de atividades de usuários e consequente entrega de precisão em anúncios ainda valem multas bilionárias para essas empresas. Para alguns usuários, que começaram a ser preocupar com seus rastros, a privacidade começa a ganhar protagonismo nessa relação. E esta foi a ideia por trás do software criado pelo portal de notícias The Markup.

Chamado de Blacklight, o software é uma espécie de “inspetor em tempo real” capaz de analisar sites que estejam violando a privacidade do usuário. O programa simula como um usuário pode ser vigiado enquanto navega na internet. Para isso, o sistema se conecta ao site fornecido pelo usuário e verifica os tipos conhecidos de violações de privacidade, dando uma análise completa e instantânea do site inspecionado.

Segundo o portal, enquanto o sistema visita o site, o software personalizado age em segundo plano e monitora scripts e solicitações de rede para saber quando e como os dados são coletados.

ReproduçãoBlacklight roda sete testes e produz uma análise completa sobre a suposta violação de privacidade. Créditos: The Markup/Reprodução

O software monitora quais scripts naquele site estão potencialmente vigiando o usuário e executa sete testes diferentes, cada um deles investigando um método conhecido de vigilância, como cookies de terceiros, rasteador de anúncios, registro de chave, gravação de sessão, coleta de dado biométrico na tela, rastreamento do Facebook e o “remarketing audiences”, do Google Analytics.

O sistema também informa se os resultados do site inspecionado são mais altos, mais baixos ou se estão na média, em comparação com os 100 mil sites mais populares classificados pela plataforma Tranco, uma classificação de sites importantes orientada para pesquisa contra manipulação.

As limitações do Blacklight

Mesmo o sistema simulando um usuário visitando determinado site, ele possui um comportamento automatizado, logo, pouco humano. Na inspeção automatizada, por exemplo, o sistema pode acionar mais detecção de fraude e menos anúncios.

O site também informa que, devido à natureza dinâmica da internet, alguns destes testes podem se tornar obsoletos com o passar do tempo. Além disso, segundo a empresa, a plataforma “não deve ser a palavra final sobre potenciais violações de privacidade por determinado site”, e devem “ser tratados como uma inspeção inicial automatizada, necessitando de investigação adicional, antes de uma possível reclamação definitiva e formal”.

Colaboração para o Olhar Digital

Da Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital