Configuração de privacidade do Google ‘confunde e engana usuários’, reconhece empresa

Empresa já foi alvo de inúmeros processos e multas bilhonárias envolvendo coleta indevida de dados, além de abusos de domínio de mercado
Redação09/09/2020 10h58, atualizada em 09/09/2020 14h03

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Vários engenheiros do Google admitiram que, parte das configurações de privacidade de seus aplicativos podem ser confusas e muitas vezes enganosas, tanto para os próprios funcionários quanto para usuários. É o que mostram os documentos relacionados a uma ação movida pelo procurador-geral Mark Brnovich, no Arizona, em agosto. Ele acusa a empresa liderada por Sundar Pichai de enganar usuários sobre como e quando rastreava dados de localização, além de continuar com a prática mesmo após tentarem cancelar a função.

No processo, funcionários admitiram que as configurações de acesso às restrições de privacidade são difíceis para os usuários e confundem os próprios engenheiros da empresa. No e-mail, um dos funcionário não identificado reconhece que as opções de desativação da localização costumam incluir situações de exceção que não são mostradas com clareza ao usuário. De acordo com ele, a interface parece ter sido criada para dificultar as pessoas, assim, elas não têm conhecimento de que estão fornecendo seus dados.

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Engenheiros do Google admitem que empresa confunde os usuários nas configurações de privacidade e de localização. Imagem: Piotr Swat/Shutterstock

O processo ainda incluiu informações levantadas pela Associated Press, em 2018. Segundo a publicação, o Google ainda continuou rastreando usuários, mesmo após eles alterarem explicitamente uma configuração de privacidade, a qual proibia a coleta de informações de localização por outros serviços da empresa.

Em novos documentos, contendo reclamações menos editadas, mostram que a gigante das buscas se esforçou para responder à publicação, descrevendo internamente a reunião como “oh s***” (“oh m****” em tradução livre), para discutir uma resposta pública e mudanças nas configurações de privacidade do usuário.

Caso reincidente

Não é a primeira vez que o Google é processado por coleta indevida de dados. Em março de 2019, a empresa recebeu uma multa de US$ 1,7 bilhão da União Europeia por violar leis antitruste. O bloco considerou ilegais as práticas de como a gigante aproveitava os dados.

Na época, o abuso de domínio de mercado fez a UE impor ao Google uma série de cláusulas restritivas em contratos com outros sites, impedindo  anúncios de buscas de concorrentes nesses domínios.

Em dezembro do ano passado, a empresa foi novamente investigada sob as mesmas questões na União Europeia. Nos EUA, a empresa também se tornou algo de reguladores em investigações sobre práticas que injustamente davam vantagens aos anúncios online e negócios de busca.

As investigações sobre os processos, incluindo de Brnovich, e do Departamento de Justiça dos EUA, devem ser concluídas nos próximos meses e podem resultar em processos adicionais.

Fonte: Bussines Insider Valor Econômico



Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital