O médico e pesquisador Brian Suffoletto perdeu um amigo para o álcool quando estava na faculdade. Daí em diante, ele decidiu que se concentraria em desenvolver ferramentas para diminuir os riscos da embriaguez. Um dos estudos resultantes dessa iniciativa foi publicado na terça-feira (18) no Journal of Studies on Alcohol and Drugs, e comprovou que os níveis de álcool no sangue podem ser monitorados por meio de aparelhos que raramente são deixados em casa: os smartphones.
Suffoletto e sua equipe pediram a 22 voluntários que bebessem vodka até atingir a concentração de 0,20% de álcool no sangue. Depois, os participantes tiveram de andar em linha reta com um celular preso à parte inferior das costas. O procedimento foi repetido uma vez por hora durante as sete horas seguintes.
Os cientistas usaram os sensores presentes nos smartphones para avaliar os movimentos e a aceleração dos passos dos voluntários. Em 90% das tentativas, eles conseguiram identificar se o participante em questão tinha mais álcool no sangue do que o permitido para dirigir nos EUA (0,08%).
Celulares podem ser aliados na prevenção de acidentes relacionados ao consumo de álcool. Imagem: iStock
Eventos de alto risco
A expectativa é que, no futuro, essa técnica seja utilizada para desenvolver aplicativos que alertem os usuários quando estiverem bêbados demais para dirigir. Suffoletto destaca também que o método pode ser útil para prevenir outros eventos de alto risco, como violência e encontros sexuais desprotegidos.
“Esse estudo controlado mostra que nossos telefones podem ser oportunos para identificar traços de deficiências funcionais relacionadas ao consumo de álcool”, diz o pesquisador.
Ele reconhece que ninguém leva o celular nas costas, mas afirma que planeja conduzir experimentos adicionais com os aparelhos sendo carregados nas mãos e no bolso. Futuramente, Suffoletto espera determinar, também, as melhores estratégias de comunicação para conseguir a atenção das pessoas durante os momentos de embriaguez.
“Temos sensores poderosos que carregamos conosco aonde quer que vamos”, completa. “Precisamos aprender a usá-los para melhor servir à saúde pública”.
Via: Futurism