Radiação da tecnologia 5G não é prejudicial à saúde, indica estudo

Pesquisa realizada nos EUA com embriões de peixe-zebra identificou apenas um impacto modesto ao medir a resposta dos peixes a um som repentino; mais estudos serão realizados futuramente
Fabiana Rolfini09/07/2020 17h12, atualizada em 09/07/2020 17h15

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A tecnologia 5G, próxima geração de rede de internet móvel, fornece conectividade mais rápida e mais largura de banda, o que significa maiores velocidades de download. Apesar de suas vantagens, pouco se sabe sobre os potenciais efeitos da emissão de sua radiofreqüência à saúde.

Pesquisadores americanos decidiram, então, investigar o assunto usando um peixe-zebra embrionário, um organismo modelo frequentemente usado para descobrir interações entre estressores ambientais e sistemas biológicos.

Como o peixe-zebra e os seres humanos têm processos de desenvolvimento semelhantes e são similares em nível genômico, o resultado da pesquisa pode ser facilmente aplicado aos seres humanos.

Método de estudo

No estudo, publicado na revista Plos One, os cientistas expuseram o peixe-zebra embrionário por dois dias à radiação de radiofrequência de 3,5 GHz, a frequência normalmente usada por telefones celulares habilitados para 5G.

Os embriões foram colocados em pratos, e depois dentro de uma caixa de cobre. A radiação entrou na caixa através de antenas e o cobre foi responsável por manter esta radiação dentro da caixa.

Reprodução

Peixes-zebra embrionários utilizados no estudo. Foto: Lynn Ketchum

Por enquanto, os resultados foram animadores. Eles não encontraram impactos significativos sobre a mortalidade, na formação dos embriões ou na resposta comportamental dos embriões à luz. Eles encontraram um impacto modesto apenas em um teste que mede a resposta dos embriões a um som repentino, fator que será investigado posteriormente.

“Com base em nosso estudo, não achamos que a radiação 5G seja prejudicial”, disse Subham Dasgupta, cientista envolvido na pesquisa. “É predominantemente benigno”, concluiu.

As próximas pesquisas vão analisar os efeitos da radiação 5G no mesmo peixe-zebra usado no estudo, mas em nível genético e à medida que se desenvolvem para adultos. Os cientistas também gostariam de estudar os impactos de níveis de exposição e frequências mais altas no peixe-zebra, acompanhando o ritmo de mudanças da indústria de telefonia celular.

5G no Brasil

No início de julho, a Claro anunciou a chegada do 5G DSS à sua rede, prometendo ser a primeira operadora a ativar uma rede comercial 5G no país – antes mesmo da realização do leilão do espectro de frequências destinado à conexão de quinta geração.

Apesar de não ser a conexão de quinta geração definitiva, a implementação promete velocidades até 12 vezes maiores do que as disponibilizadas no 4G convencional.

A expectativa da operadora é de disponibilizar a tecnologia para os consumidores de São Paulo e Rio de Janeiro, num primeiro momento, a partir da próxima semana. No entanto, apenas aparelhos habilitados para receber a conexão de quinta geração poderão usufruir da velocidade prometida.

Via: MedicalXpress

Fabiana Rolfini é editor(a) no Olhar Digital