Depois que a faixa de frequência de 700MHz foi liberada no Brasil, em 2014, para o uso de 4G, a disponibilidade do sinal de quarta geração vem melhorando progressivamente. O resultado é evidente: o levantamento mais recente da OpenSignal mostra que a TIM é a primeira operadora brasileira a passar os 80% de oferta da tecnologia a seus clientes, enquanto a Claro e a Vivo já atingiram os 70%.
A Oi, que não atua nesse espectro, não obteve resultados satisfatórios na pesquisa. A operadora pode ter, em breve, outra chance de adquirir espaço na banda de 700MHz: o governo pretende fazer um novo leilão desse espectro e as concorrentes não podem participar. Dessa vez, no entanto, a faixa de frequência deve ser usada para 5G. Veja, a seguir, os destaques do estudo.
Disponibilidade de 4G
Segundo a pesquisa, foi a primeira vez que os entrevistados conseguiram obter sinal 4G em mais de 80% das vezes que se conectaram: foram 82,4% na rede da TIM, o que representa 4% a mais em relação ao levantamento anterior, feito há seis meses. Vivo e Claro têm resultados muito próximos, com 72,1% e 71,9%, respectivamente — as companhias estão em um empate técnico e sua oferta também cresceu cerca de 4%. Já a Oi, que não atua nos 700MHz, pôde oferecer a tecnologia a seus clientes apenas em 61,4% dos casos.
O espectro de 700MHz se destaca por ter mais capacidade e, assim, apresentar menos congestionamento. Com isso, a experiência do cliente melhora significativamente. Nessa faixa, o sinal se propaga melhor e mais amplamente — o que a torna interessante para áreas rurais e até para superar barreiras, como paredes, em localidades urbanas.
Experiência de consumo de vídeos
Outro ponto que merece destaque é a melhor experiência no consumo de vídeos proporcionada pelo 4G. Tanto no levantamento anterior quanto no atual, a Claro aparece na liderança, seguida de TIM e Vivo e, bem atrás, da Oi. A Claro ainda é a única a ter uma pontuação considerada como boa pelos pesquisadores (de 55 a 65 pontos) e isso se deve a tempos menores de carregamento e interrupções menos frequentes.
Além disso, a qualidade dos vídeos está melhor: quem mais ganhou com isso foram os clientes da Vivo, já que a operadora subiu 4 pontos nesse quesito em seis meses. Claro e TIM, por sua vez, tiveram aumento de mais de 1 ponto cada. Tudo isso por que, com maior disponibilidade do 4G, a experiência como um todo é aperfeiçoada.
Velocidades de download e upload
Isso afeta, ainda, as velocidades de download e upload. Todas as operadoras nacionais mostram ganho nesse aspecto. A líder é a Claro, com downloads de 19,8 Mbps em média: isso são mais de 5 Mbps acima da Vivo, a segunda colocada, e o dobro do que oferece a Oi.
Em termos de upload, a Claro também está na frente — em média, são 6,4 Mbps. Em segundo lugar vem a Vivo, com 4,6Mbps. A TIM está em terceiro, com 4,4Mbps, e a Oi em último, com 2,9Mbps. Essa métrica ganha cada vez mais importância no mundo móvel, com a popularização da criação e do compartilhamento de conteúdo. Então, estar na frente é uma vantagem importante.
Latência
Na latência, a resposta da rede, quem está na frente é a TIM — depois de tirar o lugar da Claro. As conexões da TIM levam 60,9 milissegundos, mas a Claro se mantém por perto, com seus 62,7 milissegundos. Já a Vivo (69,6 milissegundos) e a Oi (72,5 milissegundos) estão mais distantes. Quanto menor a latência, mais rápido as páginas são carregadas.
Análise regional
Em termos regionais, os resultados são um pouco diferentes em dois aspectos. Primeiramente, na experiência de consumo de vídeos: nas 24 maiores cidades analisadas, a Claro é seguida mais de perto pela Vivo nessa métrica (em vez da TIM). Em segundo lugar, a latência da Oi é menor do que a da campeã nacional, a TIM, em várias localidades.
Os resultados relacionados a latência foram bem distribuídos entre as operadoras nas grandes cidades. Todas elas foram premiadas em pelo menos uma localidade — até a Nextel foi reconhecida em São Paulo. A Oi, mesmo estando em último no resultado nacional, venceu em oito cidades nessa métrica e ficou próxima da liderança em outras duas.
A análise dos grandes centros deixa claro que, em algumas capitais, as latências são muito menores que em outras localidades. Em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre, por exemplo, é comum que ela seja inferior a 60 milissegundos, enquanto Fortaleza, Manaus e Recife, entre outras, podem experimentar 90 ou 100 milissegundos. Um dos motivos é o fato de que a infraestrutura de fibra óptica no país está concentrada nas zonas mais populosas e mais poderosas economicamente.
Nas categorias de disponibilidade 4G e velocidades de download e upload, TIM e Claro, respectivamente, mantiveram a liderança mesmo em nível local. Ainda assim, as concorrentes apresentaram bons resultados.
Há até pouco tempo, o Brasil era um dos retardatários na América Latina — um dos países menos cobertos por 4G —, mas o estudo mostra que o ritmo de expansão aumentou. Segundo a OpenSignal, se seguir nessa velocidade, em breve o país será um dos líderes da região no oferecimento da tecnologia. Considerando que o 5G ainda deve demorar para estar efetivamente disponível por aqui, ter uma boa cobertura 4G é essencial.