Investidores fizeram ByteDance desistir de acordo com a Microsoft

Empresa americana ofereceu US$ 20 bilhões e bônus adicionais por desempenho pelas operações do TikTok nos EUA; negócio não convenceu acionistas da companhia chinesa
Redação15/09/2020 20h18, atualizada em 15/09/2020 20h46

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Investidores da ByteDance pressionaram o presidente-executivo da companhia, Yiming Zhang, a desistir da venda das operações do TikTok nos Estados Unidos para a Microsoft. Fontes próximas ao assunto afirmaram à agência de notícias Reuters que os termos propostos pela empresa norte-americana não agradaram financiadores da gigante de tecnologia chinesa, que convenceram o executivo a apostar em uma parceria com a Oracle.

A Microsoft ofereceu US$ 20 bilhões (cerca de R$ 105 bilhões) e pagamentos adicionais conforme o desempenho da rede social, disseram as fontes. Além disso, o tom das conversas da companhia com as autoridades norte-americanas aborreceu executivos e acionistas da ByteDance. Isso porque, a Microsoft se referiu à plataforma de vídeos curtos chinesa como uma ameaça à segurança dos Estados Unidos que poderia ser solucionada com o trabalho da empresa.

Antes de o presidente Donald Trump ter assinado, no início de agosto, a ordem executiva que pode banir o TikTok do país, a ByteDance já negava com veemência a acusação do governo norte-americano de que os dados de usuários da rede social podem ser repassados a autoridades de Pequim.

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CEO da ByteDance, Yiming Zhang em conferência da empresa. Imagem: South China Morning Post

De acordo com as informações da Reuters, os fundos de investimento Sequoia e General Atlantic, que possuem ações da ByteDance, discutiram com a Oracle um acordo com o objetivo de evitar a venda integral das operações do TikTok nos EUA. A empresa norte-americana ainda negocia uma participação minoritária considerável nos negócios da rede social no país. O restante dos papéis seguirá sob o controle de investidores da controladora da plataforma.

As fontes ainda relataram que a Microsoft teria oferecido à ByteDance a possibilidade de mudar a estrutura das negociações para as mesmas condições do acordo com a Oracle. A gigante de tecnologia chinesa, porém, respondeu que ainda assim escolheria a concorrente. Segundo a Reuters, a Oracle já discutia os termos com investidores há semanas e passou mais segurança aos executivos e acionistas da ByteDance.

Estratégia

Ainda não está claro se o governo norte-americano vai aceitar o negócio do TikTok com a Oracle. O presidente Donald Trump defende a venda completa das operações da rede social para uma companhia de tecnologia do país. O republicano ameaçou proibir a plataforma nos Estados Unidos já a partir do dia 20 de setembro.

Em entrevista à emissora CNBC nesta segunda-feira (14), o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, confirmou o negócio entre o TikTok e a Oracle disse que o Comitê de Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos (CFIUS) vai apresentar um parecer sobre o acordo ao presidente Donald Trump, recomendando, ou não, a aprovação do documento.

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Em meio aos conflitos do TikTok com o governo norte-americano, Kevin Mayer pediu demissão do posto de CEO da rede social chinesa menos de três meses após assumir o cargo. Imagem: Divulgação

A ByteDance vai submeter à avaliação do órgão o quadro de diretores e fornecedores do TikTok nos Estados Unidos. Para defender o acordo, a empresa pretende citar como precedente a aprovação da compra do Genworth Financial pela holding chinesa China Oceanwide, informa a Reuters. O conglomerado asiático comprou a empresa de seguros norte-americana para gerenciar os dados de clientes dos Estados Unidos.

Além disso, ByteDance deve se comprometer a manter 25 mil postos de trabalho ativos nos Estados Unidos. Atualmente a companhia emprega pouco menos de mil funcionários. A empresa ainda acredita que a boa relação entre o fundador da Oracle, Larry Ellison, com o presidente Donald Trump pode ajudar na aceitação do acordo.

O negócio também pode escapar da regulação de autoridades chinesas. No mês passado, o governo de Pequim determinou que empresas nacionais precisam adquirir uma licença para exportar tecnologia para companhias estrangeiras.

Via: Reuters

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital