Instagram já recebe mais dinheiro de publicidade do que o YouTube

Aplicativo do Facebook recebeu cerca de US$ 20 bilhões de dólares em anúncios em 2019, enquanto o YouTube movimentou 'apenas' US$ 15 bilhões
Equipe de Criação Olhar Digital05/02/2020 22h20

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Quando, em 2012, o Facebook pagou US$ 1 bilhão para ter o Instagram, muitos julgaram a quantia exagerada. Poucas apostas no mercado de tecnologia se mostram tão certas ao longo dos anos, no entanto. Estima-se que o Instagram tenha trazido US$ 20 bilhões para a empresa de Mark Zuckerberg apenas em 2019, pagando com folga o investimento do início da década.

O Facebook ainda não fala abertamente sobre os números do Instagram. A informação vem da apuração da Bloomberg, que concluiu que hoje a plataforma de vídeos e fotos já traz mais de um quarto de todo o faturamento do conglomerado, graças aos anúncios que começaram a povoar o serviço nos últimos anos.

Desde aquisição, o Instagram cresceu de forma rápida e se tornou um dos núcleos mais importantes dentro do Facebook. Se em 2012, o app tinha 30 milhões de usuários, hoje esse número já superou 1 bilhão. Neste período, o Instagram conseguiu se manter razoavelmente distante dos escândalos que sujaram a reputação da companhia de Zuckerberg e continua se reinventando para se manter popular entre adolescentes e jovens adultos, em um momento em que o Facebook como rede social é visto cada vez mais como uma plataforma para pessoas mais velhas.

O número impressiona quando comparado com o YouTube. O Google revelou nesta semana que o seu serviço de vídeo contribuiu com US$ 15 bilhões para o total de receitas da companhia em 2019, o que é US$ 5 bilhões a menos do que os valores do Instagram, mesmo sendo uma plataforma de conteúdo consideravelmente mais complexa, estabelecida há mais tempo e que exibe anúncios desde 2006. Também vale notar que o YouTube já tem mais de 2 bilhões de usuários de acordo com os números mais recentes do Google, o que é o dobro do Instagram.

A comparação com o YouTube choca ainda mais quando se percebe que, quando o Facebook adquiriu o Instagram, o aplicativo não possuía nenhum modelo de monetização. O serviço era mantido unicamente com o dinheiro de investidores e não havia publicidade, então a empresa não ganhava um único centavo com seus usuários. Foi esse fato que mais preocupou analistas de mercado na época da aquisição.

O próximo passo para o Facebook será tentar dar essa guinada com o WhatsApp. O aplicativo foi comprado por valores consideravelmente mais altos do que a quantia paga pelo Instagram, beirando os US$ 20 bilhões em 2014 e também não possuía um modelo de monetização claro. Na época, o app previa o pagamento de US$ 1 anual por usuário, mas muitos dos usuários jamais pagaram o valor. Quando a aquisição foi concluída, uma das primeiras medidas do Facebook foi exterminar a anuidade, o que fez com que o WhatsApp passasse a não trazer nenhum tipo de receita.

O Facebook tem algumas ideias para começar a monetizar o WhatsApp. Primeiro veio o WhatsApp Business, voltado para empresas que queiram usar a plataforma para se comunicar com clientes, que possui recursos pagos. Depois, a empresa afirmou que anúncios começariam a ser exibidos nos Status, que é como o aplicativo chama seu recurso de stories. Também foi revelado recentemente que o Facebook descartou o plano de incluir anúncios em mais partes da interface do app, pelo menos por enquanto.