A Alphabet, empresa que, entre outras empresas, controla o Google, anunciou nesta segunda-feira (3) seus resultados referentes ao trimestre final de 2019, assim como o acumulado do ano passado inteiro. A grande novidade é que a empresa finalmente abriu um pouco da caixa-preta do YouTube e revelou ao mundo quanto dinheiro o serviço movimenta.

Ao longo de 2019, as receitas de publicidade do Google oriundas especificamente do YouTube ficaram em US$ 15,15 bilhões, o que representou um crescimento de nada menos que 35,8% em comparação com 2018. Isso dá uma dimensão de como o YouTube, por maior que já seja, ainda está em momento de expansão.

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Historicamente, o Google nunca detalhou os números do YouTube. Há anos especula-se que a operação seja deficitária, mas tudo com base em estimativas de analistas do mercado. Os números de hoje não detalham se o YouTube gera lucros ou prejuízos ao Google, mas ao menos deixa claro o tamanho da plataforma de vídeos e as quantias movimentadas por ela e o peso que ela tem sobre os resultados apresentados trimestralmente pela companhia.

Junto dos números do YouTube, o Google finalmente abriu o jogo sobre os números específicos do Google Cloud, sua plataforma de computação em nuvem que compete contra gigantes como o AWS, da Amazon, e o Azure, da Microsoft. A divisão também está em crescimento, movimentando receitas de US$ 8,92 bilhões em 2019, com um salto de faturamento de mais de 50% na comparação com 2018.

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E o trimestre do Google?

Os números apresentados pelo Google nesta segunda-feira trazem boas e más notícias para a Alphabet. A empresa alcançou um faturamento total de US$ 46,08 bilhões nos três meses finais de 2019 (US$ 4,72 bilhões só com o YouTube), que resultou em um lucro líquido de US$ 10,67 bilhões no trimestre.

Os valores representam um crescimento na comparação com o mesmo período de 2018. As receitas subiram 17,36% na comparação anual, enquanto o lucro subiu 19,26%, indicando que os negócios continuam bem para a companhia.

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Apesar do crescimento, os números não foram suficientes para atender às expectativas do mercado, que esperava receitas mais altas, embora o lucro tenha superado as estimativas. O resultado foi simples: após o fechamento do mercado, as ações da Alphabet passaram a ser negociadas com forte queda de 4,6%, tirando a empresa do patamar de US$ 1 trilhão de valor de mercado, que havia sido reconquistado com a boa valorização dos papéis na segunda-feira antes do anúncio.