Mark Zuckerberg e o Facebook colecionaram polêmicas ao longo dos últimos anos, que fizeram com que muitos pedissem para que o executivo abandonasse o cargo da companhia que fundou em 2004. Agora, esse coro foi endossado por uma voz forte: George Soros, bilionário e filantropo, que publicou um artigo no mais tradicional jornal dos Estados Unidos, o New York Times, pedindo o afastamento de Zuckerberg.

Em seu artigo, Soros defende que nem Mark Zuckerberg, nem Sheryl Sandberg, que é a segunda pessoa mais poderosa dentro da companhia, deveriam ter o controle sobre as ações do Facebook.

A principal reclamação do bilionário está na atuação política do Facebook e Zuckerberg. A empresa recentemente decidiu não restringir anúncios políticos na rede social, além de optar por não limitar a publicidade mesmo que ela contenha informações notadamente falsas. Na visão de Soros, a decisão mostra que os interesses de Zuckerberg e de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos e candidato à reeleição ao cargo neste ano.

“Eu acredito que o Sr. Trump e o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, percebem que seus interesses estão alinhados: o presidente quer vencer as eleições, e o Sr. Zuckerberg quer fazer dinheiro”, diz o artigo. Soros completa afirmando que o único princípio que guia o Facebook de Zuckeberg e Sandberg é “maximizar lucros sem pensar nas consequências. De um jeito ou de outro, eles não podem ser deixados no controle do Facebook”.

As farpas entre Soros ao Facebook não são exatamente uma novidade. Tanto é que, em 2018, Soros publicamente declarou que a companhia era uma ameaça à sociedade, com efeitos danosos sobre a democracia. Do outro lado, a empresa admitiu ter contratado uma empresa de relações públicas para atacar George Soros, espalhando a informação de que uma série de boicotes orquestrados contra a rede social, no momento em surgiam escândalos em cima de escândalos, eram financiados pelo bilionário. A informação, posteriormente, provou-se falsa.

De qualquer forma, o pedido para que Mark Zuckerberg deixe o posto de CEO do Facebook não é limitado a Soros. Grupos de acionistas já se manifestaram várias vezes com o mesmo pedido, principalmente na época em que vários escândalos envolvendo começaram a se empilhar. No entanto, como Zuckerberg tem mais da metade do poder de voto, ele só vai sair do cargo no dia que quiser, ou se for forçado por algum órgão governamental.