Home office é ‘totalmente negativo’, diz CEO da Netflix

Reed Hastings afirmou que, se pudesse, retomaria as atividades presenciais 'doze horas após a aprovação de uma vacina'; produções originais voltam a ser gravadas ainda este ano
Davi Medeiros09/09/2020 19h02, atualizada em 09/09/2020 19h14

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Há quem diga que o home office foi uma das poucas mudanças positivas trazidas pela pandemia. Reed Hastings, fundador e CEO da Netflix, discorda. Em entrevista ao The Wall Street Journal, o executivo afirmou que sente falta de debater ideias presencialmente, e chegou a brincar que o escritório do streaming voltaria a funcionar “doze horas após a aprovação da vacina“.

A entrevista foi concedida para promover o livro “A Regra é Não Ter Regras: Netflix e a Cultura da Reinvenção”, que será lançado no Brasil na quinta-feira (10). Nele, Hastings compartilha reflexões sobre seu modelo inovador de gestão, que, para muitos, pode ser apontado como uma das chaves para o sucesso da companhia.

O executivo explica que o trabalho na Netflix é guiado por uma cultura corporativa arrojada, que estimula a equipe a se comunicar com franqueza e a assumir riscos.

Segundo ele, esse clima organizacional é mais difícil de se manter quando os funcionários estão trabalhando de casa. “Não vejo nenhum aspecto positivo nisso”, diz. “Não poder se reunir pessoalmente, principalmente com os parceiros internacionais, é totalmente negativo”.

Reprodução

Reed Hastings estabeleceu uma cultura corporativa inovadora na Netflix. Imagem: Catwalker/Shutterstock

Mesmo desejando voltar o quanto antes ao escritório, Hastings reconhece que o cronograma mais seguro é esperar pelo menos seis meses após a aprovação de um imunizante, ou “assim que todos puderem ser vacinados”.

Neste cenário, os funcionários da Netflix não retornarão ao trabalho presencial antes do segundo semestre de 2021, considerando as projeções feitas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Retorno das gravações

Quanto ao futuro dos negócios, o CEO diz que a Netflix “continua fazendo experimentos”, mas que é impossível afirmar com certeza como a companhia estará em cinco anos. A curto prazo, ele garante que vai continuar investindo cada vez mais em conteúdo original, e anuncia que já foram retomadas algumas gravações na Europa e na Ásia.

“Já temos coisas acontecendo em Los Angeles, também”, diz. “Realizando os testes adequados [de detecção do novo coronavírus], a esperança é que o ritmo de produção volte a acelerar a partir de outubro”.

Entre os originais mais esperados da Netflix para os próximos anos, estão as temporadas 4 e 5 de “Stranger Things” e “La Casa de Papel“, respectivamente. Ambas tiveram suas gravações adiadas pela pandemia do novo coronavírus.

No Brasil, a plataforma anunciou recentemente que está produzindo uma série de ficção sobre o ídolo automobilístico Ayrton Senna, com previsão de estreia para 2022.

Via: The Wall Street Journal

Colaboração para o Olhar Digital

Davi Medeiros é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital