A Netflix vai continuar sem anúncios. Essa afirmação foi feita pelo CEO do serviço de streaming, Reed Hastings, na última terça-feira (21). Os investidores estão pressionando a empresa a adotar a publicidade como forma de aumentar o lucro. Porém, Hastings disse durante a teleconferência de resultados da empresa que isso não vai acontecer, já que não há “dinheiro fácil” em um negócio de publicidade online que precisa competir com empresas como Google, Amazon e Facebook.
O executivo acredita que as três empresas são tão poderosas neste mercado somente porque integram muitos dados. Além disso, afirmou que roubar publicidade dos concorrentes seria “bastante desafiador”. O CEO deixou claro que o modelo de negócio da empresa é “focado apenas no streaming e na satisfação do cliente”, e que a decisão de não entrar no negócio de publicidade tem vantagens, como não fazer parte da controvérsia de coletar dados pessoais dos usuários. Para competir com os rivais, seria necessário rastrear diversas informações, mas Hastings não quer “explorar seus usuários”.
A Netflix rastreia apenas dados de visualização, para determinar quais programas devem ser renovados ou desenvolvidos, e interações dos clientes com o serviço, para assim personalizar a tela inicial e mostrar aos usuários o que eles mais gostam ou podem desejar. “Acreditamos que, com o nosso modelo, conseguiremos receita maior, lucros maiores e capitalização de mercado maior porque não temos a exposição a algo em que estamos estrategicamente em desvantagem”, concluiu.
Essa não é a primeira vez que o executivo precisa repetir a posição da empresa de ser um negócio sem anúncios. No segundo trimestre de 2019, a empresa lembrou em uma carta para os acionistas que a falta de publicidade é parte da sua proposta geral. Analistas estimam que, com publicidade, a Netflix poderia arrecadar mais de US$ 1 bilhão a mais por ano.
A pressão dos acionistas pode estar relacionada ao aumento da concorrência no setor. Disney+ e Apple TV+ já foram lançados e ainda tem mais por vir. Quibi, HBO MAX e Peacock são apenas alguns dos serviços que pretender acabar com o império da empresa.
Via: Tech Crunch