Na última sexta-feira (22), cerca de 200 funcionários se reuniram em frente ao escritório do Google em San Francisco para exigir que dois profissionais ativistas suspensos fossem restabelecidos. Na segunda-feira (25), pelo menos um dos trabalhadores disse que foi demitido, com relatos de que outros três profissionais também teriam sido desligados.
Rebecca Rivers, engenheira de software do Google que esteve envolvida em protestos internos contra o trabalho da empresa com a Alfândega e Proteção das Fronteiras dos EUA, CBP, anunciou sua demissão no Twitter.
I was just informed by @Google that I am being terminated.
— Rebecca Rivers (@Tri_Becca90) 25 de novembro de 2019
Líderes da equipe de segurança e investigação do Google disseram em um memorando que as demissões foram causadas por “violações clara e repetidas de nossas políticas de segurança de dados”. A empresa confirmou a informação, mas se recusou a comentar mais.
As demissões provocaram reações imediatas de retaliação de funcionários do Google. Uma das organizadoras da paralização, Meredith Whittaker, chamou a ação contra Rivers de “retaliação covarde”. Stephanie Parker, funcionária do YouTube, chamou as demissões de “desumanas” e “ilegais”.
No protesto de sexta-feira (22), Rivers disse que havia sido questionada pela equipe de investigações sobre seu envolvimento com uma petição pedindo que o Google não prestasse serviços ao CBP, bem como seu uso das mídias sociais. “Estou orgulhosa do que fiz”, afirmou.
Os protestos e demissões públicos são as últimas indicações da crescente agitação trabalhista na empresa. A companhia viu um aumento de ativismo dos funcionários nos últimos dois anos, com muitos profissionais exigindo seus direitos como trabalhadores e projetos.
Além disso, os indivíduos protestaram contra vários projetos do Google, incluindo um contrato para fornecer ferramentas de inteligência artificial ao programa de drones do Departamento de Defesa dos EUA, um mecanismo de censura de pesquisa para a China e o fornecimento de serviços em nuvem para a indústria de combustíveis fósseis. Cerca de 20 mil funcionários fizeram uma paralisação ao lidar com casos de assédio sexual na empresa, e muitos se manifestaram sobre o uso expansivo de trabalhadores terceirizados com menos direitos e benefícios.
Em um post desafiador no Medium, um grupo de trabalhadores expressou consternação com o comportamento da empresa. “Com essas demissões, o Google está aumentando sua retaliação ilegal contra trabalhadores envolvidos em organização protegida”, afirmaram.
Via: The Guardian