Pesquisadores da Universidade de Cambridge desenvolveram uma forma simples e barata de produzir energia limpa. Trata-se de uma folha artificial que, assim como aquelas encontradas na natureza, é capaz de converter luz solar e dióxido de carbono em combustível.

O material é confeccionado a partir da junção entre fotocatalisadores e pós semicondutores. Ambas as substâncias são embutidas numa folha de papel criada em laboratório, que passa a ser capaz de absorver a luz do Sol.

Em seguida, os cientistas misturam à folha os mesmos agentes da fotossíntese na natureza: dióxido de carbono (CO2) e água. O contato com a luz desencadeia uma reação química que resulta na liberação de oxigênio e ácido fórmico, uma substância que já foi utilizada como combustível por outros cientistas.

Em 2017, por exemplo, um grupo de universitários holandeses abasteceu um ônibus com ácido fórmico, demonstrando seu potencial como gerador de energia. 

A folha de teste mede somente 20 cm, mas os pesquisadores explicam que ela poderia ser estendida a versões de metros de forma simples e barata. Se produzidas em larga escala, as folhas poderiam ser facilmente instaladas em grandes matrizes produtoras de energia limpa, como fazenda solares. Este, aliás, é o objetivo da equipe: viabilizar o material à produção de energia em grandes proporções.

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Folha artificial criada pelos pesquisadores da Universidade de Cambridge. Imagem: Divulgação/Universidade de Cambridge

“Ficamos surpresos com o quão bem funcionou a folha, especialmente em termos de seletividade, já que ela quase não produziu subprodutos”, afirma a doutora Qian Wang, principal autora do estudo. “Às vezes, as coisas não funcionam tão bem quanto você esperava, mas este foi um caso raro em que realmente funcionou melhor”.

Agora, os pesquisadores trabalham para melhorar a eficiência do material, experimentando diferentes fotocatalisadores com a finalidade de expandir os tipos de combustível resultantes.

Erwin Reisner, orientador do projeto no Departamento de Química de Cambridge, diz esperar que esta tecnologia abra o caminho para a produção de combustível solar “sustentável e prática”. De fato, este parece ser seu principal objetivo acadêmico, visto que ele vem liderando pesquisas similares desde 2013. 

Via: New Atlas