Estudo vincula bactérias intestinais a doenças neurovasculares

Pesquisa ligou a doença angioma cavernoso à uma mistura específica de bactérias no trato digestivo
Redação29/05/2020 13h00, atualizada em 29/05/2020 13h30

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Diversas pesquisas já ligaram micróbios intestinais à saúde do cérebro e do sistema nervoso. A maioria delas, porém, é circunstancial ou depende de modelos animais. Agora, um novo estudo encontrou evidências sólidas de que a doença rara chamada angioma cavernoso (AC) pode ser desencadeada por uma mistura específica de bactérias no trato digestivo.

Issan Award, neurologista da Universidade de Chicago e autor da pesquisa também estava por trás da descoberta original, feita em roedores. “Não sabíamos se esse conceito de microbioma único que favorece o desenvolvimento de lesões seria verdadeiro nos seres humanos”, destacou.

Os angiomas cavernosos são lesões causadas por vasos sanguíneos incomumente expansivos no cérebro e na medula espinhal que atinge 0,2% da população. Para investigar o papel das bactérias na condição, os pesquisadores coletaram amostras fecais de 100 indivíduos com diagnóstico de AC. Outros 250 voluntários sem a doença também tiveram amostras coletadas para comparação.

Desequilíbrio na flora intestinal

Uma análise genética apontou uma relação clara entre a condição neurovascular e bactérias do tipo gram-negativas. “Os pacientes com CA tinham o mesmo microbioma distinto, independente de terem herdado a mutação ou ter uma lesão esporádica e independentemente do número de lesões que tiveram”, destacou.

Aqueles com maior quantidade da bactéria Odoribacter splanchnicus e menor número de gram-positivas Faecalibacterium prausnitzii e Bifidobacterium adolescentis eram mais propensos a ter a doença. Usando aprendizado de máquina, a equipe também encontrou sinais de que os principais receptores inflamatórios estavam aumentados nos pacientes com CA.

O conhecimento da cadeia de eventos que causam a condição é um importante passo para tratar a doença. Porém, o tratamento pode não ser algo simples, já que perturbar o equilíbrio da flora intestinal pode causar outras anomalias. “Isso é mais complicado do que parece”, finalizou Awad.

Via: Science Alert

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital