Com a corrida global garantir doses de vacinas contra o coronavírus, a Rússia anunciou neste sábado (1º) que planeja iniciar a vacinação em massa já em outubro. Com o comunicado, realizado pelo ministro da Saúde, Mikhail Murashko, a Rússia pode se tornar o primeiro país a iniciar uma campanha de imunização da população contra o vírus Sars-Cov-2.
Segundo o ministro, o Centro Nacional de Pesquisa para Epidemiologia e Microbiologia Gamalei finalizou os testes clínicos e está cuidando das documentações para dar início à campanha de vacinação. De acordo com a imprensa internacional, profissionais de saúde e professores devem compor o primeiro grupo a ser imunizado.
As pesquisas para o desenvolvimento da vacina, que usa adenovírus como base, foi realizada pela Universidade Sechenov, em Moscou. Os testes foram feitos em 38 voluntários (entre 18 e 65 anos), que devem ser monitorados por mais seis meses. Apesar de poucas informações sobre os resultados, Murashko afirma que a vacina já está apta para ser distribuída para a população.
Países como Estados Unidos, Reino Unido e Brasil, fizeram grandes investimentos para garantir doses de potenciais vacinas, que devem estar disponíveis entre o final de 2020 e o primeiro semestre de 2021. Foto: HM Treasury/Flickr
Agilidade levanta suspeita
A rapidez do anúncio russo — tendo em vista que os testes clínicos foram inciados em junho — foi alvo de críticas por algumas organizações científicas internacionais. O jornal americano The New York Times apontou que há um receio de que influências políticas estejam sendo mais priorizadas do que a saúde da população.
Na Rússia, o anúncio foi celebrado como uma vitória política. O chefe do Fundo Russo de Investimento Direto, Kirill Dmitriev, comparou o desenvolvimento da vacina com o lançamento do Sputinik 1, na Guerra Fria.
Atualmente, a Rússia é o quarto país do mundo com maior número de infectados pelo coronavírus, com quase 850 mil casos confirmados e mais de 14 mil mortes vítimas pela Covid-19.
Via: UOL