Um software, aprimorado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pode agilizar o processo de diagnóstico do câncer de pele do tipo melanoma. Até agora, o programa conseguiu mais de 86% de precisão na descoberta da doença.

Mesmo representando apenas 3% do total de neoplasias consideradas malignas, a variação requer um cuidado maior porque pode se propagar por células do corpo em um processo chamado de metástase.

O diagnóstico é realizado a partir de comparações feitas entre a imagem captada do paciente e um banco com outras 23.906 imagens. A preocupação atual dos pesquisadores é expandir o banco de fotos para melhorar o nível de detecção.

O software faz uma análise de algoritmos, que se aproveitam de mecanismos de deep learning, em que uma máquina é “ensinada” a reconhecer e interpretar dados usando redes neurais.

De acordo com Sandra Avila, professora do Instituto de Computação da Unicamp, o objetivo dos pesquisadores é auxiliar a detecção do tumor enquanto ele ainda está nos estágios iniciais. Ela destaca que a ideia não é substituir o diagnóstico médico, mas usar o software como uma ferramenta de apoio.

O projeto é resultado de uma parceria entre os professores Sandra Avila e Eduardo do Valle, da Faculdade de Engenharia Elétrica. A ideia foi uma das 25 vencedoras do Google Latin America Research Awards, programa que distribui bolsas de pesquisa para a América Latina.

Detecção da doença

Para que a detecção seja realizada, há um protocolo médico que deve respeitar uma série de critérios. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) informa que o método usado pelo sistema segue as diretrizes internacionais do “ABCDE”.

Cada uma das letras corresponde aos aspectos que podem ser sinais de alerta para as lesões. A letra “A” representa a assimetria, que é uma das características dos tumores malignos. A letra “B” identifica manchas com bordas irregulares. O “C” diz respeito às cores distintas em uma mesma lesão. O “D” aponta para quando o melanoma possui mais de seis milímetros. Por fim, a letra “E” fala sobre a evolução que as lesões passam.

A doença é observada, majoritariamente, em pessoas brancas, e pode aparecer em qualquer parte do corpo. Atualmente, os tratamentos mais indicados pelos médicos dependem do estágio da lesão. Por esse motivo, é possível que sejam prescritas sessões de radioterapia e quimioterapia.

Via: Exame