Apple Watch consegue detectar problemas cardíacos graves

O estudo foi realizado com mais de 400 mil participantes, testando o sensor e o algorítimo de frequência do Apple Watch
Redação14/11/2019 12h32, atualizada em 14/11/2019 13h43

20190503101554

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O estudo publicado pela Apple Inc’s Heart, o maior a explorar o papel dos dispositivos portáteis na identificação de possíveis problemas no coração, descobriu que o smartwatch pode detectar com precisão a fibrilação atrial, o tipo mais comum de batimento cardíaco irregular e que pode resultar em derrames. O anúncio foi feito por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford na última quarta-feira (13).

A pesquisa foi realizada com mais de 400 mil participantes, testando o sensor e o algoritmo de frequência cardíaca do Apple Watch durante oito meses. Os resultados foram publicados no New England Journal of Medicine (NEJM) e foram acompanhados por um editorial escrito pelo editor do jornal, Dr. Edward Campion, no qual o médico ressalta que todos os participantes do estudo tinham que possuir um iPhone e um Apple Watch.

Durante o estudo, apenas 0,5% dos participantes receberam um aviso de pulso irregular, uma descoberta que reduz as preocupações dos pesquisadores de que o dispositivo poderia notificar erroneamente uma pessoa saudável sobre uma leitura errada do batimento. Aqueles sinalizadas por pulso irregular receberam um adesivo de eletrocardiograma para usar e, desses, 34% comprovaram a fibrilação atrial.

De acordo com o Dr. Mintu Turakhia, cardiologista de Stanford e co-autor do estudo, o objetivo era avaliar o quão bom e seguro o algoritmo é. “Se levar isso ao mundo, quantas pessoas serão notificadas e o que isso significa para os pacientes, o sistema de saúde e os contribuintes?”, indagou Turakhia, que classifica o teste como um sucesso.

O estudo divide opiniões. Dr. Daniel Cantillon, cardiologista da Cleveland Clinic (que não participou do estudo), fez ponderações sobre a pesquisa; ao passo que considera a tecnologia promissora, pontua que mais da metade das pessoas que se inscreveram tinham menos de 40 anos e representavam um grupo com baixo risco de fibrilação atrial. “A principal preocupação é identificar os doentes ou assustar os saudáveis?”, questionou.

Atualmente, existe um movimento de aproximação entre empresas de tecnologia e fabricantes de medicamentos. No início deste mês, a Alphabet Inc., empresa dona do Google, pagou R$ 8 bilhões pela FitBit. A transação ocorreu um mês depois da empresa comprada formar uma aliança com as farmacêuticas americanas Bristol-Myers Squibb e Pfizer Inc., com o intuito de desenvolver sua própria tecnologia para o reconhecimento de fibrilação atrial.

O Facebook também entrou no jogo e criou um recurso nos Estados Unidos para “lembrar o paciente de ir ao médico”, sugerindo exames de rotina baseado em dados pessoais como gênero, idade e histórico médico. A entrada das gigantes da tecnologia neste mercado pode promover inúmeras melhorias para o setor, mas também abre possibilidade para a coleta intensa de dados sobre a saúde dos indivíduos e inevitáveis vazamentos.

Via: Reuters

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital