Após 70 anos de filiação, EUA deixarão a OMS em julho de 2021

Anúncio vem após um mês do recebimento da notificação formal de decisão tomada por Donald Trump; presidente acusa o órgão de ter se tornado uma marionete da China em meio à pandemia
Fabiana Rolfini08/07/2020 13h30, atualizada em 08/07/2020 13h35

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A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou na terça-feira (7) que os EUA deixarão a Organização Mundial da Saúde (OMS) em julho de 2021. O anúncio vem após um mês do recebimento da notificação formal de decisão tomada pelo presidente Donald Trump.

Após mais de 70 anos de filiação, o país tomou a iniciativa de se retirar da agência da ONU baseada em Genebra, à qual Washington dá suporte financeiro, após Trump acusar o órgão de ter se tornado uma marionete da China em meio à pandemia do novo coronavírus.

“A China tem controle total sobre a OMS, apesar de pagar apenas US$ 40 milhões por ano em comparação com o que os EUA estão pagando, que são aproximadamente US$ 450 milhões por ano”, declarou o governante.

A novela começou em abril, quando o presidente norte-americano suspendeu o repasse de verbas para a entidade, composta por 194 membros. Em 18 de maio, Trump deu 30 dias para a OMS se comprometer a fazer reformas. Quase duas semanas depois, o presidente anunciou que os EUA deixariam a entidade.

Reprodução

Estados Unidos formalizaram saída da OMS. Foto: Reuters/Pierre Albouy

Preocupação com o corte

O financiamento da OMS é feito em ciclos orçamentários de dois anos. Para os ciclos de financiamento de 2018 e 2019, os EUA pagaram US$ 237 milhões em valores obrigatórios e US$ 656 milhões em contribuições voluntárias, com média de US$ 446 milhões por ano.

Em 20 de maio, autoridades da OMS disseram que temiam pelos programas de emergência e o que poderiam sofrer caso o presidente retirasse permanentemente o financiamento da agência internacional.

De acordo com Mike Ryan, diretor-executivo do programa de emergências em saúde da OMS, a maior parte do dinheiro vindo dos EUA é usado para programas que ajudam países em “todo tipo de ambiente frágil e difícil”.

“Obviamente, teremos que trabalhar com outros parceiros para garantir que esses fundos ainda possam fluir”, disse Ryan. “Isso terá uma grande implicação para a prestação de serviços essenciais de saúde a algumas das pessoas mais vulneráveis do mundo. No entanto, acreditamos que os doadores, se necessário, intervirão para preencher essa lacuna”.

Via: Agência Brasil

Fabiana Rolfini é editor(a) no Olhar Digital