A Anduril, startup de tecnologia militar, está atualizando seu software Lattice no que parece ser uma tentativa de melhorar e deixar mais completo um sistema de inteligência artificial dedicado a guerras. A empresa já é conhecida por fornecer torres e outros sistemas de vigilância para monitoramento da fronteira entre os Estados Unidos e México. Outras grandes companhias, bem como o Pentágono, têm mantido negócios e parcerias com a startup.

A atualização visa conectar equipamentos militares de radar terrestre a aviões de combate. O objetivo é fornecer aos militares um único centro de comunicação, que deve servir de ponte para troca de informações durante batalhas. Hoje, este processo é feito a partir de pessoas conectadas por meio de rádio ou telefone, por isso a proposta da Anduril é inserir inteligência artificial nestas ações.

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Objetivo da atualização do software militar é oferecer mais agilidade durante guerras, mesmo que a ação ocorra à distância. Créditos: Aleksandar Malivuk/Shutterstock

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Outros programas da empresa, como o Sistema de Gerenciamento de Batalha Avançada, feito para Força Aérea americana, também trabalham com outras vertentes da tecnologia para aprimorar seus processos. No caso da Força Aérea, a Anduril melhorou a conexão de militares por meio de computação em nuvens e links sem fio.

De acordo com a startup, ter esta estrutura de software ajuda os comandantes de órgãos de segurança a agir mais rapidamente em situações complicadas, levando apenas segundos para emitir e executar comandos. A mesma premissa deve ser aplicada nos próximos projetos do grupo.

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Mas há quem condene a utilização de IA em equipamentos ou projetos relacionados a guerra. Considerando que a tecnologia ganha papel central nestas atividades, especialistas temem que o sistema possa cometer erros irreparáveis. Apesar disso, Preston Dunlap, um dos chefe do setor de arquitetura da Força Aérea dos EUA, disse que a área tem buscado e elaborado maneiras de avaliar o desempenho dos algoritmos. “Sempre temos pessoas no circuito tomando as decisões”, ressaltou ele. Vale destacar que a afirmação vai ao encontro de um acordo do Pentágono sobre os princípios éticos de IA adotados pelo órgão neste ano.

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A inclusão de inteligência artificial nos processos militares divide opiniões. Créditos: Aleksandar Malivuk/ Shutterstock

Anduril e parcerias

A Anduril tem ganhado espaço entre grandes empresas do mundo, bem como no governo e programas de guerra e defesa dos EUA. Exemplo disso é que no mês passado, a startup executou testes com realidade virtual e até digitalizou mapas em 3D com militares da Força Aérea do país. Durante a simulação, o software Lattice ajudou o órgão a derrubar um míssil em um exercício de quatro dias com mais de 60 empresas envolvidas. Entre as companhias que participaram da operação esteve a Amazon.

Até mesmo antes desta atividade, a empresa já havia desenvolvido para a Força Aérea um software para reunir dados de seus sistemas, como radares e sensores acústicos. Além disso, a Anduril também levou ao órgão três torres de detecção de mísseis com sensores, radares e câmeras.

Sobre a relação da startup com o Pentágono, a parceria pode ser promissora considerando que nos últimos cinco anos, militares do alto escalão e sucessivos secretários de defesa cobiçavam as habilidades oferecidas pelo programa da empresa. Cabe lembrar também que o Pentágono possui programas com a Google, que utilizam de algoritmos para analisar imagens de drones.

Via: Wired