Review do Battletoads: franquia está de volta com tudo após 26 anos

O novo jogo Battletoads disponível para PC e Xbox One é bem divertido, mas seus controles poderiam ser um pouco melhores. Confira nossa análise!
Alvaro Scola21/08/2020 19h27, atualizada em 21/08/2020 19h50

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Quem teve um videogame da geração 8 e 16 bits ou frequentou fliperamas nos anos 90, provavelmente jogou ao menos um dos títulos da série Battletoads, que marcou a infância de muita gente por ser divertida e extremamente difícil. Nela, os sapos Pimple, Rash e Zitz sempre estiveram lutando contra os planos da Dark Queen e de outros inimigos para salvar o seu mundo.

Após 26 anos sem ter um título novo lançado, finalmente, a franquia Battletoads está de volta com um novo jogo para PCs e Xbox One. O Olhar Digital teve a chance de testar esse jogo e te conta a seguir se os sapos estão de volta ou não em grande estilo.

História

Diferente de muitos jogos atuais que são remakes, este título aqui é uma continuação direta de seus antecessores. Nele, tudo começa com os sapos Pimple, Rash e Zitz bem sucedidos profissionalmente e comemorando os seus feitos em uma bela cidade, ainda que alguns inimigos apareçam para lhes atrapalhar.

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Um pouco depois, os Battletoads, como é chamado o trio dos sapos, descobrem que tudo não se passava de uma ilusão e, ao cair na real, eles precisam até mesmo encontrar empregos comuns para poderem se manter vivos. Tudo isso, é claro, acaba sendo apenas uma premissa bem divertida do jogo para que você possa se acostumar a suas principais mecânicas, das quais falaremos mais a seguir.

Sem aceitar uma vida normal e monótona, um desses sapos, não queremos dar spoilers, começará a bolar um plano e fará até mesmo uma aliança com uma velha conhecida para voltar a ser famoso e ter o seu trio reconhecido como verdadeiros heróis.

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Como você já pode ter notado pela proposta da história, algo que chama bastante a atenção é a personalidade do trio de sapos, que acabam muitas vezes tomando decisões erradas para deixar tudo bem divertido.

Uma experiência diferente com um toque clássico

Nos anos 90, os jogos da série Battletoads, assim como outros games do gênero beat ’em up, se destacavam por sua simplicidade e velocidade dos golpes, mas aqui a experiência vai um pouco além disto. Além das fases normais em que você deverá sair literalmente batendo em todos inimigos, agora, você também tem puzzles que precisam ser solucionados para poder prosseguir.

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Algumas fases do jogo, como não poderia ser diferente, ainda remetem diretamente aos primeiros títulos da série. Uma delas, por exemplo, é a fase da moto, que está repaginada e bem maior do que antes. E, sim, ela continua um pouco difícil, mas não tanto quanto antes.

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Já outras fases do jogo proporcionam uma experiência completamente nova para a série ao deixar completamente de lado o gênero beat ’em up ou de plataforma. Em uma delas, por exemplo, você passa um ato como se estivesse em um jogo de navinha, que também é muito bem trabalhado. A proposta um tanto diferente, devo admitir, me conquistou e me divertiu bastante servindo bastante para sair da mesmice e “quebrar o ritmo” de uma forma positiva.

E, é claro, não dá para não falar dos chefes finais, que são enfrentados no final de cada “ato”, o jogo possui 4. Essas batalhas são extremamente divertidas e cada chefe tem uma mecânica única para ser derrotado, que não envolve apenas dar chutes e socos.

Já na questão gráfica, como você pode notar pelas imagens desta análise, o Battletoads não faz feio ao usar e abusar de um visual bem cartunesco. Todos os personagens vistos são facilmente reconhecíveis para os fãs da série e os cenários, apesar de não terem muitos detalhes, são bem bonitos.

Sim, o Battletoads continua sendo um jogo difícil

Para esta análise e também para conhecer o jogo e me acosutumar a suas mecânicas, eu optei por jogar o novo Battletoads na dificuldade “sapo”, que seria praticamente o nível “normal”. E, ainda assim, devo admitir, que passei por muitas dificuldades para conseguir zerar o game.

O Battletoads sempre foi reconhecido como uma série de jogos difíceis e, ao menos para mim, felizmente, os desenvolvedores resolveram manter essa essência intacta neste novo título. Em diversos momentos, você terá que repetir o mesmo trecho de uma fase diversas vezes até encontrar a melhor forma de passar por ele.

Apesar da dificuldade ser uma característica do jogo, os desenvolvedores também resolveram dar uma colher de chá para os jogadores. Agora, você não tem uma quantidade limitada de “continues” e, após morrer muito em uma mesma parte, o jogo te dá a opção de ficar invencível temporariamente. Ou seja, não existe mais uma desculpa para nunca ter zerado um Battletoads e isso torna este título menos frustrante.

A jogabilidade repaginada

Assim como era de se esperar, para se adaptar a geração atual, muita aspectos da jogabilidade dos Battetoads foram repaginados, o que não quer dizer que todas as escolhas foram para o melhor. De forma geral, você ainda tem os botões básicos de todo beat ’em up para pular e atacar, mas as coisas não param por aí.

Além dos botões mencionados acima, você também possui botões que soltam especiais ou que realizam outras ações. Por exemplo, para comer uma mosca (recupera a sua vida), você tem que segurar um dos botões de gatilho mais um botão de ação. Não apenas isso, com outras combinações, você também pode se mover pelo cenário e até mesmo imobilizar inimigos com o seu cuspe.

Para ser bem honesto, eu gostei dos novos golpes proporcionados que variam um pouco de acordo com os personagens, mas eu acho que alguns comandos poderiam ser mais simples. Por exemplo, tem botões que realizam praticamente a mesma ação, que poderiam ser mapeados para você não ter que decorar combinações difíceis de serem executadas em algumas fases com partes mais tensas.

Já as animações dos combos dos personagens são outro ponto alto do jogo, que acabam sendo bem engraçadas e até mesmo oferecem uma boa variedade. Soltar elas não é complicado, mas se você não usá-las no tempo certo, os inimigos podem cancelar estes combos e tirar bastante de sua vida.

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Ao jogar sozinho, também devo admitir que a mecânica para derrotar certos inimigos tiram um pouco da fluidez do combate. Por exemplo, alguns adversários tem um escudo, que só é quebrado quando você segura um dos seus botões de ataque por um curto período de tempo. Eles, sozinhos, não são um problema, mas quando estão com outros personagens que lhe atacam de longe podem ser frustrantes. Então, se você jogar no modo coop, é claro, cada uma das pessoas pode cuidar de um tipo de inimigo.

Conclusão

O novo título de Battletoads é uma grata surpresa para este ano, que deve agradar bastantes os fãs da série original. Após quase 26 anos sem um título novo, é admirável ver que os seus desenvolvedores se mantiveram fiéis as principais características dos jogos originais, que fica pór conta do bom humor de seus personagens e seu nível de dificuldade.

Mesmo com todos estes acertos, é verdade, o Battletoads ainda poderia oferecer um pouco mais em certos aspectos. A sua jogabilidade, apesar de agradável, se torna um tanto confusa para alguns momentos de muita ação. Não apenas isso, eu também senti falta de alguns extras, como visuais desbloqueáveis ou até mesmo um modo de “jogabilidade clássica”, algo que já vimos em outras continuações de games antigos para a geração atual.

Por fim, o último ponto que realmente gostaria era de um modo coop online, já que este Battletoads, de forma oficial, só suporta o multiplayer local. Ainda assim, é inegável que o novo Battletoads é um título extremamente divertido e que vale a pena ser jogado.

A Microsoft enviou o game para que o Olhar Digital pudesse testá-lo em um PC.

Editor(a)

Alvaro Scola é editor(a) no Olhar Digital