Nesta semana, a Sega comemorou seu 60º aniversário lançando uma versão “compacta” do Game Gear. No entanto, essa não é a única coisa programada pela empresa no momento. A companhia trabalha em um projeto que transformaria os fliperamas japoneses em data centers.
Segundo a Weekly Famitsu, a Sega vai equipar máquinas de fliperama com CPUs e GPUs poderosas para criar um sistema de streaming de latência ultra baixa. A empresa batizou a ideia de “jogos em nevoeiro”, pois se baseia no conceito de computação em névoa.
Dispositivos que compõem um sistema de computação em névoa estão muito mais próximos fisicamente do que aqueles em que há um sistema de nuvem, o que reduz o tempo necessário para os dados viajarem entre eles. Como tal, a Sega calcula que a plataforma de jogos poderia reduzir atrasos de transmissão para menos de um milissegundo.
A empresa já possui uma infraestrutura básica para o projeto. Pelo menos no Japão, os arcades ainda são predominantes o suficiente para que o sistema seja viável. A companhia detém 200 estabelecimentos do tipo – além de máquinas da Sega espalhadas em fliperamas de terceiros.
Todas as máquinas da empresa presentes no Japão estão conectadas a servidores, que se vinculam à nuvem. Muitas delas usam uma plataforma chamada “All.net” que permite competições de fliperama online e também facilita a tarefa dos jogadores em acompanhar pontuações, classificações e perfis de jogadores nos game centers – locais onde normalmente se concentram esses aparelhos.
No entanto, segundo o site Ars Technica, os fliperamas que não são os próprios da Sega estão cortando laços com a plataforma online porque “as taxas tornam insustentável” manter uma máquina do tipo funcionando em meio à pandemia da Covid-19.
Com a solução, os usuários poderiam reproduzir seus games preferidos de casa, sem a necessidade de se deslocar para os game centers. Estima-se que os japoneses joguem, em média, oito horas por dia. Considerando isso, o sistema de jogos em névoa poderia oferecer a opção de acessar o título mesmo fora do horário de funcionamento dos locais – estendendo consideravelmente essa média.
A ideia é bastante interessante para a Sega e os controladores de arcade independentes, pois podem permitir que gerem receita mesmo com o fechamento dos espaços dedicados.
Agora, resta saber se a Sega instalará a plataforma em todos os locais próprios e parceiros. Em caso positivo, isso poderia representar um futuro mais conectado – e possivelmente sustentável – para os fliperamas.
Via: Engadget