Zoom lança criptografia de ponta a ponta, mas com ressalvas

Agora, o conteúdo de vídeo chamadas no Windows, macOS, iOS e Android serão restritos apenas aos seus participantes, mas interface web e apps de terceiros não contam com o recurso de privacidade
Rafael Arbulu27/10/2020 15h11, atualizada em 27/10/2020 15h50

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Demorou, mas chegou: a Zoom Technologies confirmou que, a partir desta terça-feira (27), as vídeo chamadas realizadas por meio de seu app – o Zoom – contarão com a criptografia de ponta a ponta (E2E, ou “end to end”, no jargão em inglês). A novidade vale para todas as plataformas: Windows, macOS, iOS e Android. Entretanto, a interface web e apps de terceiros que usem o kit de desenvolvimento do Zoom não contarão com este recurso.

A criptografia de ponta a ponta chega ao Zoom, neste primeiro momento, como uma prévia: pelos próximos 30 dias, a empresa vai coletar feedback dos usuários e usar as informações reunidas para aprimorar a privacidade. De qualquer forma, a função continuará funcionando após este prazo.

Reprodução

Depois de muita espera, usuários do Zoom agora terão criptografia de ponta a ponta, aprimorando a privacidade das vídeo chamadas. Imagem: Ymphotos/Shutterstock

Desde o início da pandemia, o Zoom ascendeu em popularidade em meio à necessidade de empresas de remanejar seus funcionários para o trabalho remoto. A condução de reuniões em vídeo contribuiu para que o app fosse um dos mais populares no setor; por outro lado, acabou expondo problemas graves de segurança em seu uso. Em alguns casos, hackers conseguiram invadir chamadas e distribuir spams pornográficos, enquanto pesquisadores revelaram que era possível “encontrar” chamadas em curso apenas adivinhando o seu endereço (URL).

A situação chegou ao seu ápice após uma reportagem do The Intercept, que revelou que o Zoom praticou propaganda enganosa ao prometer, em seu site e white paper, a criptografia de ponta a ponta, mas não entregá-la no uso do app. Desde então, o CEO da Zoom Technologies, Eric Yuan, tomou uma série de atitudes comprometidas com o aprimoramento do serviço, como contratar a consultoria de Alex Stamos, ex-chefe de segurança do Facebook e Yahoo.

A partir daí, diversas atualizações ao serviço inseriram novos recursos de privacidade. Anteriormente, o Zoom oferecia criptografia, mas ela era limitada entre os participantes das chamadas e os servidores da empresa. Com a criptografia de ponta a ponta, agora nem mesmo a própria Zoom Technologies sabe do conteúdo discutido em uma vídeo chamada. Esse mesmo recurso de privacidade é empregado por apps igualmente populares, como WhatsApp e Telegram.

A criptografia de ponta a ponta do Zoom vale para usuários gratuitos e pagantes, e está sendo implementada de forma gradual.

Fonte: The Verge / Intercept

Colaboração para o Olhar Digital

Rafael Arbulu é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital