Você pagaria milhões de dólares para adquirir um smartphone ultrasseguro que inibe quaisquer tipos de violações contra a sua privacidade? Pois essa tem sido a escolha de alguns políticos, executivos e de poderosos milionários, que gastam fortunas em troca de uma garantia maior que seus celulares não terão dados e informações roubadas.
Visualmente são quase idênticos aos modelos mais populares das versões para Android e iOS. Contudo, os dispositivos escondem sistemas operacionais modificados, softwares de segurança e exclusivas plataformas de mensagens criptografadas, que tornam o celular à prova de crackers e hackers.
Estes dispositivos geralmente dispõem de aplicativos para troca de mensagens com sistemas de criptografia de ponta a ponta, que não armazenam os envios em servidores, não habilitam transmissão de voz e vídeo (para aumentar ainda mais a privacidade) e possuem mecanismos para autodestruição de mensagens. Os smartphones também possuem acionamentos (por meio de códigos PIN) para limpar todos os dados do telefone e não são vinculados a um cartão SIM.
Um dos destaques entre os dispositivos ultrasseguros é o “Blackphone“, da Silent Circle. Os funcionários da empresa afirmam que o smartphone é muito superior aos dispositivos concorrentes. Isso porque, segundo a fabricante, o celular possui o “gerenciamento de vulnerabilidades mais rápido do mundo”, com rápidas correções de quaisquer falhas de segurança encontradas.
Celular “Blackphone 2” da empresa Silent Circle. Foto: Divulgação/Silent Circle
Outro ponto que diferencia os celulares super seguros dos comuns é que para o uso contínuo desses dispositivos, é necessário pagar periodicamente (mensalmente ou semestralmente) uma taxa para os softwares continuarem rodando.
Os valores variam desde £ 1.500 (R$ 10 mil) a US$ 1 milhão (aproximadamente R$ 5,2 milhões) — como os dispositivos da empresa israelense Communitake, utilizado por políticos e funcionários da ONU.
Há também versões de luxo dos celulares ultrasseguros. A britânica Vertu, por exemplo, disponibiliza smartphones que possuem chamadas criptografadas e incrustados de joias. A linha de assinaturas é vendida a partir de £ 11 mil (R$ 75 mil em conversão direta).
Dispositivos seguros da Vertu podem custar quase R$ 2 mi. Foto: Divulgação/Vertu
Garantia de segurança
Estes celulares podem ser importantes para que ícones mundiais com grande influência política não sofram violações cibernéticas, como ocorrido com Jeff Bezos.
Com os aumentos gradativos de ataques virtuais, os aparelhos são bons investimentos para pessoas que prezam pela privacidade e segurança de seus dados. “Vivemos em uma sociedade de vigilância generalizada”, alerta Phil Zimmermann, cofundador do “Blackphone”.
Enquanto os modelos não ganham versões para os menos privilegiados financeiramente, há muitas formas de proteger a privacidade e os dados com o uso de aplicativos de mensagens criptografadas como o Signal e o investimento em boas VPNs.
Via: Telegraph