É possível clonar ou rastrear o WhatsApp de alguém?

Sites e aplicativos que prometem clonar WhatsApp podem comprometer usuário e vítima. Saiba como se proteger
Redação15/01/2019 20h06, atualizada em 15/01/2019 20h09

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Clonar o WhatsApp é uma forma de acessar a conta de outra pessoa no aplicativo sem ela saber. Esse tipo de golpe já acometeu autoridades e pessoas públicas, incluindo a ex-primeira dama Marcela Temer e pelo menos 20 políticos entre 2016 e 2018.

Internet afora, não é difícil encontrar sites e aplicativos que prometem fazer justamente isso: clonar o WhatsApp de outra pessoa. Mas, além de potencialmente danosos e possivelmente criminosos, esse tipo de programa pode se virar contra a própria pessoa que está tentando usá-lo.

Neste artigo vamos explicar para você como é possível clonar ou rastrear o WhatsApp de alguém e o que fazer para se proteger desse tipo de invasão de privacidade.

-> WhatsApp: história, dicas e tudo que você precisa saber sobre o app!

Como funciona a clonagem de WhatsApp

Existem duas formas de clonar ou rastrear o WhatsApp. Uma deles é através do simples espelhamento do aplicativo, muitas vezes através do WhatsApp Web. Mas existem outros apps e programas que também simplesmente replicam o conteúdo do seu celular em outro pela internet.

Na maioria dos casos, esses aplicativos exigem que a pessoa tentando fazer a clonagem também tenha em mãos o smartphone em que o WhatsApp “original” está instalado. Sendo assim, não é possível clonar o WhatsApp de alguém espelhando o conteúdo sem que o dono da conta permita.

Vale lembrar também que os aplicativos que prometem fazer esse tipo de espelhamento não são confiáveis. “Não podemos garantir que estes apps sejam seguros. Muitos deles pedem diversas permissões de acesso ao seu aparelho, para começar a funcionar”, explica Frank Vieira, especialista em privacidade da PSafe, no blog da empresa.

“Sendo assim, você pode expor seus dados pessoais a pessoas mal-intencionadas, concedendo acesso ao seu microfone, câmera, galeria de fotos e documentos”, diz Vieira sobre como criminosos podem se aproveitar da ingenuidade do usuário que busca um app de clonagem de WhatsApp.

O outro método de clonagem é o chamado “SIM-swap“. Neste tipo de golpe, os criminosos contam com a ajuda de funcionários de uma operadora telefônica que desativam o número de celular da vítima e o repassam para um chip utilizado pelos bandidos. De posse do seu número, eles podem facilmente acessar o seu WhatsApp e mandar mensagens no seu nome.

A partir daí, os criminosos podem se passar por você e pedir dinheiro para seus contatos no WhatsApp, que não notam a diferença. Foi o que aconteceu com a maioria das vítimas de uma quadrilha presa pela Polícia Federal em julho de 2018.

O que fazer para se prevenir

Antes de mais nada, é preciso dar mais proteção à sua conta no WhatsApp. Para isso, recomendamos ativar a autenticação em duas etapas. A partir daí, sempre que alguém, em algum lugar, tentar entrar na sua conta do WhatsApp por outro celular, você receberá um alerta.

-> Confira como ativar a verificação em duas etapas no WhatsApp para Android e para iPhone (iOS) clicando aqui

Acesse as configurações do WhatsApp, toque em “Conta”, depois em “Verificação em duas etapas” e depois toque em “Ativar”. Você precisará digitar uma senha de até seis dígitos para proteger sua conta. Evite usar números muito fáceis de adivinhar, como 1234 ou datas de aniversários.

Outra sugestão é usar um aplicativo que coloca uma senha no seu WhatsApp. Há diversos programas do tipo no Google Play. Com eles, o seu mensageiro fica protegido dentro de uma “pasta segura”, de modo que, mesmo que alguém descubra a senha de desbloqueio do seu smartphone, será preciso também a senha de desbloqueio do WhatsApp.

-> Saiba como usar uma senha para proteger o acesso ao WhatsApp no seu smartphone usando o AppLock

Acho que fui clonado. E agora?

Alguém já está usando o seu WhatsApp em outro celular ou PC? Eis o que fazer. O WhatsApp não permite que dois smartphones diferentes tenham o aplicativo instalado e funcionando ao mesmo tempo, o que ajuda a identificar fraudes. Quando alguém fizer login no seu WhatsApp a partir de outro celular, o seu vai parar de funcionar e esta mensagem vai aparecer na tela:

Mas existe uma versão do app chamada “WhatsApp Web” que funciona pelo navegador, tanto no PC quanto no celular. Através deste recurso, é possível usar o WhatsApp em dois dispositivos ao mesmo tempo, como já ensinamos aqui uma vez.

Para resolver este problema, acesse as configurações do WhatsApp, entre em “WhatsApp Web” e toque na opção “Sair de todos os computadores”. Assim, qualquer dispositivo que estiver logado na sua conta do WhatsApp Web será desconectado.

O que fazer com seu número de telefone clonado (SIM-swap)

Se você tem certeza de que caiu no golpe do SIM-swap, é preciso dar um jeito no seu telefone. A primeira atitude a ser tomada é ligar para a sua operadora e pedir o bloqueio do número por furto ou roubo. Assim, o criminoso não poderá desfazer as suas mudanças.

Em seguida, você precisa desativar sua conta no WhatsApp. Esta parte é um pouco mais complicada. Você precisará enviar um e-mail para support@whatsapp.com com o assunto “Perdido/Roubado: Por favor, desative minha conta” (sem as aspas).

No corpo do e-mail, digite o número de telefone que você quer bloquear seguindo o padrão internacional. Se você está no Brasil, é preciso colocar o código 55 e o DDD do seu estado. Por exemplo: +55 11 91234 5678.

Após alguns minutos ou horas, a conta ligada a este número será desativada no WhatsApp. Seus contatos ainda poderão ver seu perfil, mas as mensagens deles não serão entregues. Obviamente, o criminoso que estiver de posse da sua conta não poderá mandar mensagens para seus contatos.

As mensagens só poderão ser recuperadas se você tiver um backup em nuvem (iCloud no iPhone e Google Drive no Android) ou localmente, na memória do seu próprio celular. Você pode reativar a conta em até 30 dias. Depois disso, ela será apagada definitivamente e você terá que criar outra depois.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital