Com múltiplas versões em desenvolvimento e próximas da aprovação, a expectativa por uma vacina eficaz contra a Covid-19 que ajude a colocar em xeque a expansão da doença é grande. Mas segundo a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Francieli Fontana, não haverá como imunizar toda a população brasileira em 2021.
“Nós definimos objetivos [com grupos prioritários] para a vacinação, porque não temos uma vacina para vacinar toda a população brasileira”, afirmou. Isso porque os estudos feitos até o momento não contemplam todas as faixas etárias que compõem a população.
Outro fator seria a capacidade mundial de produção do imunizante. “…a própria Covax Facility, iniciativa que junta uma série de laboratórios, almeja acesso a 2 bilhões de doses para a vacinar todo o mundo. E por aí verificamos que é uma meta bastante ambiciosa porque não se imagina que haverá vacina para vacinar todos os cidadãos do planeta Terra”, diz o secretário-executivo Elcio Franco.
Quatro vacinas estão em testes no Brasil no momento. Sinovac, Oxford/AstraZeneca, Janssen e BioNTech/Pfizer. Destas, as vacinas de Oxford/AstraZeneca e BioNTech/Pfizer já demonstraram eficácia superior a 90% na terceira fase de testes, a última antes que uma aprovação para uso comercial possa ser solicitada.
Vacina da Pfizer e BioNTech: eficácia de 95% na terceira rodada de testes. Imagem: Giovanni Cancemi/Shutterstock
Preparativos para produção
A capacidade de produção estimada da Pfizer é de 50 milhões de doses ainda neste ano, e até 1,3 bilhão de doses em 2021, mas sua vacina precisa ser mantida a uma temperatura de -70 ºC, o que exige estrutura especializada para armazenamento e distribuição.
Já a AstraZeneca afirma que poderá produzir até 3 bilhões de doses no ano que vem. Sua vacina pode ser armazenada, transportada e manuseada em condições normais de refrigeração (2 a 8 graus Celsius) por até seis meses, e administrada usando a infraestrutura de saúde já existente.
Em São Paulo, o Instituto Butantan receberá um investimento de R$ 92 milhões para ampliar sua capacidade de produção e alavancar a fabricação e distribuição da CoronaVac, a vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e testada no Brasil em parceria com o governo do estado.
46 milhões de doses da CoronaVac deverão estar disponíveis até o fim do ano. Mais 14 milhões estão previstas para serem entregues até fevereiro de 2021, e a previsão é que até maio existam 100 milhões de doses prontas para distribuição.
Segundo o Secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, a imunização contra a Covid-19 em São Paulo priorizará educadores e portadores de doenças crônicas, logo após os profissionais de saúde.
Fonte: G1