A farmacêutica francesa Sanofi e a britânica GSK anunciaram nesta quinta-feira (3) o início de testes clínicos de uma potencial vacina contra o novo coronavírus. Os laboratórios pretendem conduzir as fases 1 e 2 dos ensaios em humanos com 440 participantes saudáveis.

O objetivo é avaliar a segurança e a capacidade do composto de induzir respostas do sistema imunológico. O estudo seguirá a metodologia duplo-cego, em que voluntários e aplicadores não sabem quais participantes foram submetidos à vacina e quais receberam substâncias ineficazes.

Segundo as companhias, a vacina mostrou um perfil promissor em experimentos laboratoriais. A expectativa é iniciar o terceiro e último estágio de testes clínicos até o final de 2020 e obter a aprovação regulatória do imunizante no primeiro semestre de 2021. As empresas esperam produzir e distribuir até 1 bilhões de doses ao longo do próximo ano.

Como informa a agência RFI, alguns países já reservaram lotes da vacina da Sanofi e da GSK. O Reino Unido e os Estados Unidos contrataram 60 milhões e 100 milhões de doses do composto, respectivamente. A Comissão Europeia também chegou a um acordo com os laboratórios para garantir 300 milhões de aplicações.

A potencial vacina emprega uma tecnologia de proteína recombinante já utilizada em uma solução contra a gripe da Sanofi. O composto conta com adjuvante, desenvolvido pela GSK, que pode aprimorar a resposta imunológica e promover uma imunidade mais duradoura.

Candidatas mais avançadas

Sete potenciais vacinas contra a Covid-19 já estão na fase final de testes clínicos. É o caso do composto desenvolvido pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca. O governo brasileiro já reservou mais de 100 milhões de doses do imunizante. O acordo ainda prevê a transferência de tecnologia para a Fundação Oswaldo Cruz e o primeiro lote do produto pode chegar ao país ainda em dezembro.

Outro imunizante em estágio avançado corresponde à CoronaVac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech. O Instituto Butantan, que é ligado ao governo de São Paulo, fechou uma parceria com a empresa asiática para fornecer o composto aqui no Brasil. Nesta sexta-feira, o diretor da instituição paulista afirmou que até 45 milhões de doses da vacina podem estar à disposição do Sistema Único de Saúde (SUS) até o fim do ano.

Há ainda outras duas soluções de instituições chinesa: uma candidata da empresa CanSino e outra do conglomerado estatal Sinopharm. Nos Estados Unidos, os laboratórios Moderna e Pfitzer também já conduzem a terceira etapa de ensaios clínicos. Completa a lista a vacina russa Sputnik V, que, mesmo sem a conclusão dos testes, será aplicada em massa a partir de outubro.

Via: RFI