A Pfizer e a BioNtech, empresa farmacêutica alemã, uniram esforços e anunciaram o início dos testes com doses experimentais de uma vacina contra o novo coronavírus nos Estados Unidos. Na segunda-feira (4), foram aplicadas cinco doses, sendo quatro delas de placebo. Essa estratégia deve ser seguida nos próximos dias.
No total, o plano é aplicar a possível vacina em 360 pacientes norte-americanos, com idades entre 18 e 55 anos, que se voluntariaram para o estudo. As análises estão sendo conduzidas na Universidade de Nova York, na Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland, no Centro Médico do Hospital Infantil de Cincinnati e no Centro Médico da Universidade de Rochester.
De acordo com previsões das empresas, se os resultados forem satisfatórios, a vacina deve estar disponível para a população dos EUA em meados de setembro. Isso representa um encurtamento significativo nas declarações feitas por autoridades de saúde do mundo todo de que uma imunização para a doença levaria de 12 a 18 meses para ficar pronta.
Desenvolvimento da vacina
A produção da droga foi feita com base em um processo que utiliza RNA mensageiro para levar instruções às células do corpo para que produzam proteínas específicas. Ao injetar um RNA modificado em um indivíduo, ele poderá instruir as células como produzir a proteína spike, componente responsável por permitir que nossas células sejam infectadas pelo vírus, sem deixar a pessoa doente.
Os testes terão como base a maneira com que os indivíduos reagem a diferentes programações de RNA mensageiro. Os grupos serão divididos de forma que consigam comparar quatro variações de vacina.
Com isso, cada paciente vai receber instruções diferentes para que seu corpo produza a proteína spike. A partir disso, os médicos acompanharão de perto a evolução do quadro dos voluntários, medindo o nível de anticorpos, enzimas hepáticas e indicadores de efeitos colaterais.
Data para distribuição
Apesar das previsões das empresas para setembro, essa data não deve ser tratada como absoluta. Isso porque, mesmo que os testes sejam satisfatórios, ainda é necessário a aprovação dos órgãos reguladores norte-americanos.
Para que seja liberada para produção, no entanto, pode ser que sejam necessários alguns testes mais detalhados para comprovação de eficácia, já que, assim como as vacinas produzidas no mundo todo, elas estão sendo feitas em caráter emergencial, com testes simultâneos em alguns casos, o que acelera o desenvolvimento, fazendo com que etapas importantes do processo sejam encurtadas.
Via: Uol