Coronavírus derruba venda de iPhones, mas serviços e acessórios sustentam Apple

Empresa conseguiu manter números estáveis na comparação com 2019, mas sequer arriscou projetar o que espera para o segundo trimestre do ano
Renato Santino30/04/2020 22h51, atualizada em 30/04/2020 23h20

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A Apple anunciou nesta quinta-feira (30) seus resultados do primeiro trimestre do calendário de 2020. O evento causou mais apreensão do que o normal, já que foi a primeira divulgação da situação da empresa desde o início da crise do coronavírus, mas a companhia anunciou que conseguiu manter seus negócios estáveis apesar da pandemia.

Tim Cook já havia emitido um comunicado ao mercado alertando que a empresa não conseguiria alcançar as projeções iniciais, anunciadas antes da Covid-19 começar a mostrar sua cara na China e se espalhar pelo mundo. Mesmo assim, a Apple conseguiu registrar um leve crescimento pequeno no seu faturamento na comparação com o mesmo período de 2019.

No período, a Apple viu suas receitas alcançarem o patamar de US$ 58,3 bilhões, contra US$ 58 bilhões no primeiro trimestre de 2019, o que representa um aumento de 0,5%. A empresa também conseguiu manter-se com um lucro líquido de US$ 11,25 bilhões, com uma leve queda na comparação com o ano anterior, quando a empresa viu lucros de US$ 11,56 bilhões

O iPhone, que é o produto mais importante da Apple, sentiu o baque do vírus com mais força. As vendas caíram 6,7% na comparação com o ano passado, movimentando “apenas” US$ 28,96 bilhões no trimestre.

A parte boa, para a Apple, dos resultados, foi que a queda nas vendas do iPhone foi compensada pelo crescimento de outras áreas da empresa. A área de serviços tem se mostrado cada vez mais forte, ganhando nos últimos tempos o reforço do Apple TV+, oferecendo filmes e séries por streaming com o pagamento de uma assinatura. O setor viu as receitas subirem para US$ 13,35 bilhões no trimestre, com um aumento de 16,58% na comparação com o ano anterior.

Da mesma forma, a divisão de produtos vestíveis da empresa também conseguiu abater a queda nas vendas do iPhone, com produtos como os AirPods e o Apple Watch em boa demanda no período. A área faturou US$ 6,28 bilhões no período, equivalente a uma alta de 22,5%.

Os números mostram que a empresa conseguiu segurar bem o impacto do coronavírus nestes primeiros meses de 2020, mesmo dependendo do comércio de hardware. Ainda assim, seus concorrentes, como Google e Microsoft, que têm seu faturamento vinculado principalmente a serviços e produtos digitais, acabaram anunciando resultados mais positivos.

A preocupação agora é com o próximo trimestre. Apesar de a empresa ter presença enorme na Ásia, não há como discutir que a Covid-19 só começou a acelerar no mundo a partir do fim de fevereiro, dando à Apple algum tempo de “normalidade” antes da crise. O próximo trimestre tende a ser completamente afetado pela Covid-19, o que fez com que, pela primeira vez em uma década, a empresa não anunciasse nenhuma projeção para o período.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital